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Personagem: Isaac Guerreiro
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MensagemAssunto: Celedrim   Celedrim EmptyQua Dez 07, 2011 2:02 pm

Celedrim 65787210

Capitulo I

As palavras dele martelavam em sua mente.

“Aquilo que aconteceu no passado não voltará a acontecer.”

Sentia o veneno das palavras espalharem-se pelas suas veias através de seu sangue, e em poucos minutos sentiu seu corpo em torpor. Não pensava. Não tinha forças para reagir. Queria acordar daquele pesadelo.. Já tinha passado por diversas dores, mas aquela certamente era a pior.

Abriu lentamente os olhos. Estava deitada em uma cama feita de folhas verdes. Ao seu redor, um bosque fechado, com musgos que subiam os troncos das antigas árvores. Os cipós enfeitavam seus galhos e a diversidade da flora foi o que mais chamou sua atenção. Nunca tinha estado em um local tão bonito. Fechou os olhos, desejando que aquilo fosse o que todos denominavam paraíso.

Não era. As lembranças bombardearam sua mente, e toda a dor que sentiu no último ano se fizeram presente em seu corpo. Lembrou-se de ter descido as escadas correndo, confusa, frustrada e com raiva.. com muita raiva de si. O buraco em seu peito só cresceu a medida que se encaminhava para a saída norte da cidade. Sentiu a raiva esvair-se, dando lugar para a amargura. Amarrou o manto negro desgastado em torno de seu pescoço. Vestiu o capuz para que suas lágrimas pudessem cair em silêncio. Também lembrou-se de ter caminhado em direção ao bosque.. Perdeu a conta de quantos dias ficou dando voltas naquele lugar, perambulando sem direção. Não sentia fome, frio, sono.. Por dias passou em claro, apenas caminhando perdida em sua dor. O chão havia sido retirado de debaixo de seus pés, e ela caia.. Caia em um poço de depressão e sofrimento, que não havia fim.

Levantou-se da cama. Por entre os antigos troncos, vozes doces e melodiosas ressonavam. Não entendia aquela língua, mas achava-a a mais bela de todas. Gostava de ouvi-los cantar. Era uma das poucas coisas que a fazia ter um minuto de paz em seu constante sofrimento. A alguns metros adentro do bosque, duas figuras esbeltas e de aparência divina conversavam. Vestiam roupas finamente bordadas, de tecido leve e macio. As mesmas roupas que deram para ela vestir. Quando ela se aproximou, ambos olharam-na. O elfo de cabelos escuros e ondulado foi quem falou em linguagem comum:

“Celedrim, sente-se melhor?”

Ela assentiu e continuou em sua caminha solitária por entre as velhas raízes.

Mal conseguia parar em pé. Não se lembrava de qual fora a última vez que fez uma refeição. A garganta estava fechada a dias e na boca seca apenas o gosto amargo daquelas palavras. Tinha se perdido no meio das árvores, e seus olhos não enxergavam com nitidez. As lágrimas tinham secado, mas suas pálpebras estavam inflamadas. Doía para piscar. E ela piscava com maior freqüência que o normal. Lembrou-se de quando era pequena.. Quando tinha forçado as palmas das mãos contra a chapa quente de forno á lenha. Lembrou-se dos inúmeros cortes profundos que fazia em seu próprio braço, e das vezes que escrevia com a lâmina da adaga em suas pernas. Desejou sentir todas as dores de uma vez, na tentativa de abafar a dor proveniente do seu peito.

Ela parou na margem de um rio. A poucos metros a água desembocava no mar. As vozes dos dois elfos haviam sumido, e ouvia-se apenas o som das ondas batendo nos cascalhos. Haviam-na encontrado nessas águas, quase sem vida. Por sorte, boiava desacordada com o rosto para cima. Seus irmãos de raça haviam retirado seu corpo de dentro do rio. Os sacerdotes cuidaram dela. Em poucos dias seu corpo estava curado. Meses se passaram e em todo por do sol, os sacerdotes rezavam pela sua vida. Eles a chamavam de Celedrim, o mesmo nome de uma elfa que a muito viveu naquelas terras. Diziam que a semelhança entre as duas era inquestionável.

Cansada da dor, ela ajoelhou-se, apoiando as mãos na terra. Não havia terra. Sentiu o líquido gelado molhar seus dedos. Forçou a visão para frente e viu água. Engatinhando, entrou rio adentro, aos tropeços. Quando não tinha mais pé, impulsionava-se para frente, desajeitada. O frio da água a fazia tremer. Nadou o máximo que conseguiu e quando toda a força de seu corpo tinha por fim acabado, deixou-se afundar, sendo levada pela correnteza. Afogou-se. E por mais que seu instinto implorasse para emergir, ela manteve-se embaixo, aliviada por pôr fim naquela dor. Seria os últimos momentos de sofrimento, e ela sentia o alívio tomar conta se seu corpo, assim como a água de seus pulmões.

Spoiler:
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MensagemAssunto: Re: Celedrim   Celedrim EmptyQua Dez 07, 2011 2:16 pm

Quando eu vi essa imagem e li o texto, me trouxeram lembranças de outros momentos, de um misto de outros personagens. O Saudosismo me atacou agora e com certeza vou ficar pensando nisso por um tempo, não sei se sabe do que eu estou dizendo, mas enfim. Alguém vai me entender com certeza.

Perfeito o texto, linda história mesmo sendo "triste".
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MensagemAssunto: Re: Celedrim   Celedrim EmptyQua Dez 07, 2011 2:29 pm

Muito foda *--*
Me lembrou meu primeiro personagem hsauhs' Coignus, era um elfo doido que colecionava ossos
Mo brisa.. hsauihsa
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MensagemAssunto: Re: Celedrim   Celedrim EmptyQua Dez 07, 2011 2:32 pm

Não deram a ela o dom da ignorância.

Não gostei por ele entristecer, que não é algo bom para o momento, mas apreciei a maneira com que foi escrito.

Parabéns ao autor.
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MensagemAssunto: Re: Celedrim   Celedrim EmptyQua Dez 07, 2011 3:55 pm

um ótimo texto, com toda a certeza.
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MensagemAssunto: Re: Celedrim   Celedrim EmptyQui Dez 08, 2011 4:07 am

O final me surpreendeu. Adorei.
Pode deixar que ponho no site sim.
Mas nos créditos, ponho o nome de quem?
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MensagemAssunto: Re: Celedrim   Celedrim EmptySex Dez 09, 2011 12:28 am

Créditos em nome de Celedrim, perfeito =)
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MensagemAssunto: Re: Celedrim   Celedrim EmptySex Dez 16, 2011 8:50 am

Celedrim 85946707

Capítulo II

Ela sentou-se próximo ao precipício. O Jardim era florido, repleto de flores silvestres. Algumas dessas flores ela nunca tinha visto em três décadas de existência. Havia três árvores no patamar do penhasco, as quais os moradores daquelas terras diziam que eram sagradas.

Ela olhou para figura imponente que caminhava mais ao norte. Os seus cabelos prateados eram presos em uma longa e perfeita trança. Vestia uma túnica de tecidos leves, vermelhos, cuidadosamente bordados. Em seu peito, um cordão talhado a ouro pendia uma gema esverdeada, lapidada em forma de gotícula.

A mulher desviou o olhar para o horizonte. Estava aos poucos conseguindo controlar a dor em seu peito, e cada dia era uma batalha para se manter viva.

“Sente-se melhor?”

Ela não havia percebido a aproximação. Ao contrário do habitual residente do penhasco, o elfo que falava tinha os cabelos negros e ondulados até metade das costas. Vestia um manto azul escuro, exatamente igual à cor de seus olhos. Ele estava sentado ao seu lado, perto do precipício.

Ela limitou-se em consentir com uma leve inclinação na cabeça.

“Celedrim. Em algum momento terás que enfrentar teu passado.”

Ela fechou os olhos. Em sua mente viu o homem sentado na cadeira, a encarando. A dor fisgou-lhe como um raio. Tornou a abrir os olhos.

“Prefiro viver meu presente...”

“Mas é no passado que estão as respostas das incertezas futuras. Posso ajuda-te, se quiseres.”

“Já me ajudou... Sinto-me grata por tudo que fez.. que fizeram e fazem.. Mas não podem ir mais fundo..”

Ela sentiu os olhos dele a penetrarem, gerando um grande desconforto. Respirou pesadamente, e mesmo assim não foi capaz de preencher o vazio que se instaurou em seu peito.

“Este amuleto.. Que me deu quando acordei.. Ele..”

“Ele te protege. E não deve ser retirado.”

“Sim.. Ele me protege.. Mas.. Não de tudo..”


Ela nunca compartilhou com seus irmãos de raça sobre seu dom. Sentia-se desonesta escondendo esse tipo de informação, mas não queria correr o risco de ser mandada embora. Estava ali, decidida a começar uma nova vida e deixaria o que precisasse para trás, inclusive isso.

“O amuleto protege teu corpo dos encantamentos que nele havia. Tem certeza que não lembra de como isso ocorreu, Celedrim?”

“Não lembro..”


Ela sabia exatamente como e quando havia ocorrido. Lembrava-se detalhadamente de cada ritual e magia que já havia praticado. Lembrava-se da linguagem arcaica, utilizada em pergaminhos há muitos esquecidos. Lembrava-se dos artefatos, poções e reagentes. E acima de tudo, lembrava-se dela, sua melhor amiga. A única que a acompanhou por toda a vida, e que havia sido roubada há uns anos atrás.

O elfo mantinha os olhos azuis safira nas feições da mulher. Ele era o responsável pelo tratamento dela, desde que a retiraram com vida da água. Meses passaram-se, e o que antes era uma deformada imagem de uma enfraquecida velha transformou-se em uma encantadora jovem cheia de vida. Pelo menos na aparência.

“Teus medos são plausíveis. Porém enquanto estiveres nessas terras, tem a nossa proteção. Nada irá te acontecer.”

Ela anuiu. Sabia que em nenhum outro lugar iria se sentir protegida. Principalmente de si mesma.

“...Abrirei minha loja amanhã... Gostaria que me visitasse...”

O elfo levantou-se sem responder. Ela o viu partir por entre as árvores, lentamente. Estava se acostumando as poucas palavras destilada pela raça e apreciava o fato de não serem fuxiqueiros.

Os sóis já haviam sumido e a escuridão assolava a vida daquele penhasco. Ouviu o som das ondas, chocando-se contra as pedras a alguns metros abaixo. Fechou os olhos e entregou-se a brisa fria que passava. Em seus pensamentos, ela levantou-se e abriu os braços. Inclinou-se para frente, deixando ser engolida de corpo e alma pelo abismo.
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MensagemAssunto: Re: Celedrim   Celedrim EmptySex Dez 16, 2011 9:13 am

Entendi. Saudades. Vontade de jogar um pouco mais... Talvez. Smile


Canhotaço.
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MensagemAssunto: Re: Celedrim   Celedrim EmptySex Dez 16, 2011 10:45 am

É tão confuso, e ao mesmo tempo tão esclarecedor...

Como você é má, como é.
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MensagemAssunto: Re: Celedrim   Celedrim EmptyQua Dez 12, 2012 11:33 pm

Spoiler:



...Ambições? Nenhuma. Deixei de desejar o utópico. Vivo o presente, o pouco que me é permitido.
...O sol estava na linha do horizonte. Tudo estava em um tom vermelho rosado. Em baixo, as ondas batiam nas pedras, ecoando o som mais tranquilizante do universo. Estava tudo calmo. O pôr do sol prometia ser perfeito, inesquecível.. E foi.
...Abri os olhos com o grito de dor. Não havia ninguém a minha frente. O grito se repetiu. Percebi que ele vinha de longe, aproximando-se pelo oceano. Suon havia se posto. A leve brisa que batia em meu rosto trazia os berros projetados daquela mulher. Consegui entender seu sofrimento: toda sua dor estava contida em seus urros. De alguma forma aquela presença era familiar a mim. Seus gritos desesperados eram atordoantes. Minha cabeça doía, me fazendo delirar. Alucinava na dor vindo daquela alma, nunca senti interação tão forte.. O próximo grito partiu de mim.. E então, ela me viu.



***



...Eles sumiram. Nem o homem, nem a criança, nem a alma. Partiram para seu abrigo. Ninguém é capaz de me dizer onde estão. Não que eu me importe. Preferia estar longe de todos, dentro da minha floresta, com a proteção dos meus ancestrais. Mas sou responsável por ele, como ninguém mais é capaz de ser. Sei que não vou conseguir preencher o vazio que ela deixou.. O amor deles era incondicional. Ela respirava ele.. Ele, vivia nela. Desperdicei tempo demais vivendo minhas ilusões para poder construir um amor tão concreto quanto o deles. E agora ela se foi. Rogo aos sete deuses que me ajudem a conter seus instintos.



***




...“O que faz uma indefesa dama em uma cidade tão caótica?”



...Não sou indefesa. Nunca fui. Desde pequena eu era considerada a geradora do caos. Apesar de tudo ainda fui responsável por todo meu passado. Mesmo agora, me proibindo de todos rituais, ainda sinto que tenho poder para destruir o que quisesse. Ainda me pergunto o que teria acontecido se tivesse aprendido em magia.. lembrei-me da fogueira.



***



...Senti meus pelos eriçarem. Torci para que sua memória fosse curta.

...“Oi..”

...Dava para sentir o ar pesado entre nós. Ele lembrava.



...
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MensagemAssunto: Re: Celedrim   Celedrim EmptyQui Dez 13, 2012 7:18 am

A Celedrim me entristece.
Até quando ela tá feliz ela me entristece...
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MensagemAssunto: Re: Celedrim   Celedrim EmptyQui Dez 13, 2012 2:32 pm

Jailles escreveu:
A Celedrim me entristece.
Até quando ela tá feliz ela me entristece...

Achei que era só comigo que isso acontecia.
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MensagemAssunto: Re: Celedrim   Celedrim EmptyQui Dez 13, 2012 3:04 pm

Eu acabei de ler tudo isso, mas não vou comentar sobre o texto específicamente. Só quero dizer que tou feliz por ter vocês aqui, com intenções de compartilhar idéias de imaginação. Mesmo com a maioria estagnada, ainda tem o clima de fantasia. As signs, os avatares, não tem como não lembrar de tudo.
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MensagemAssunto: Re: Celedrim   Celedrim EmptyQui Dez 13, 2012 3:06 pm

Como pétalas... Para nós. Gostei muito. Bem escrito, como os outros. Me emociono ao ler sobre tudo isso.
Acho que concordo com vocês dois.


Canhotaço.
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MensagemAssunto: Re: Celedrim   Celedrim EmptyQui Dez 13, 2012 10:21 pm

Growlmon escreveu:
Eu acabei de ler tudo isso, mas não vou comentar sobre o texto específicamente. Só quero dizer que tou feliz por ter vocês aqui, com intenções de compartilhar idéias de imaginação. Mesmo com a maioria estagnada, ainda tem o clima de fantasia. As signs, os avatares, não tem como não lembrar de tudo.

concordo com a agumon-kun!
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MensagemAssunto: Re: Celedrim   Celedrim EmptySáb Dez 15, 2012 9:53 pm

Os gritos raivosos partiram para o vento e voltaram para partir meu coração.
Seu abraço curou o corte, mas você ainda me entristece, Celedrim.
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MensagemAssunto: Re: Celedrim   Celedrim EmptyDom Dez 16, 2012 7:03 pm

Spoiler:

...Eu estremeci. Sentia o sangue ferver dentro de minhas veias. Minhas mãos tremiam de raiva. Queria dizer algo que o ferisse, que o fizesse chorar, ou mesmo gritar. Há muito não me sentia tão irritada. Sabia seu ponto fraco. Não pensei duas vezes.

“Onde TU estava?! Onde TU estava quando TUA mãe morreu?”

...A resposta veio rápida e a altura. Ele era bom. Nunca imaginei que alguém tão pacífico conseguisse ser tão feroz quando irritado. Eu precisava magoá-lo. Precisava deprimi-lo. Queria ver ele cair ali mesmo, na rua. Precisava golpear mais baixo.

...Minha boca se abriu para o mais mortal dos venenos.. Mas a cena dos dois se abraçado surgiu diante de mim.. E então minha boca se fechou. Aquilo respingaria em mim.. Eu mais que ninguém seria cortada por aquela navalha que queria atirar nele. Tudo ficou negro.

...Abri os olhos.. Estava no templo. Lembrei-me da confusão, da mulher, do homem, dos berros, dele... Ele estava ali, olhando-me. O gelo ainda estava entre nós. Mas o calor de minha irritação me fez retormar a briga. Ele estava igualmente preparado para as agressões.

“Palavras ditas não voltam”

...Não queriam que voltassem. Eu não menti em nenhuma sílaba. Acreditava nas minhas explanações. Ele estava sendo relapso, protegendo desconhecidos enquanto ignorava os de sangue.

A paz do templo fez com que meu tom se mantivesse baixo. Minha fúria abriu espaço para consciência. Ele estava agindo errado e eu tinha a palavra.

“Meu pai é o motivo por eu ainda estar aqui. Aquela criança estava o tirando do sério!”

...Nada. Ele tem a infeliz mania de achar que as crianças são boas e precisam de ajuda. Mania infeliz deixada de pais para filho, eu diria. Minha garganta ardia inutilmente. Da parte dele, silêncio. Era como falar com uma porta. Não, era pior.. Portas podem ser abertas.

“Vá embora.”

“Você tá sendo idiota, Luna. Não é assim que se resolve as coisas.”


Meus olhos me traíram.. Sentia as lágrimas escapando, mesmo enquanto meu sangue estava quente de irritação. Ele se importava mais com pessoas que nunca havia visto do que com seus primos e tios. Ele não merecia ter a posse de todo aquele tesouro.

“Eu os quero.”

“Não estou te impedindo de querê-los. Mas sinto muito, foram deixados para mim.”


Queria socá-lo. Deixar a mesma marca que deixaram em mim. Meu autocontrole foi totalmente consumido.

“Gostaria que você me procurasse qualquer dia para tomar um café..”

“Pro INFERNO com teu café.”


Era demais. Se ele preferia viver daquela maneira, pois bem, não impediria. A solidão esteve comigo durante todos esses anos, não me incomodava com a presença dela. Também não iria sentir falta de um primo que convivi apenas na minha infância esquecida.

“É por isso que a gente não vai conseguir se resolver. Eu ia dizer que você é egoista. Mas..”

Não ouvi o resto do que ele disse. Eu egoísta? Senti meus punhos se fecharem, minha mandíbula apertar. Senti minha boca movimentar-se em palavras cuspidas sem pudor. Eu sou a metade de uma pessoa. Aquela que a razão a deixou. Quem ouve os que não podem falar, que sente todas as dores desses. Eu sou quem dedicou todos os segundo para aprender uma sabedoria traiçoeira. E eu nem queria. Não era a minha vontade. Abandonei família, sonhos, desejos, tudo. Procurei tanto a morte que a encontrei. No final, eu morri por dentro.

Mas ele ainda não entendia. Não havia mais palavras para expressar. Tomei a mão dele em um movimento furtivo. Ele não teria escolha, eu colocaria a verdade diante dele. Mandei-o fechar os olhos. Ele hesitou, mas viu que não era um pedido. Proferi palavras arcaicas baixas. Em nossas palmas unidas, abriram-se duas fendas. Meu sangue se misturou ao dele. Fechei então meus olhos.. As lembranças invadiram minha mente.

Abri meus olhos primeiro que ele. Vi o quanto o tinha perturbado. Ele segurava as lágrimas. Eu sabia que ele não estava preparado para passar por aquela experiência. A intensidade de meus sentimentos atingiu-o mais do que qualquer palavra emotiva. Ele finalmente entendera. Nossos laços se apertaram mais.
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MensagemAssunto: Re: Celedrim   Celedrim EmptyTer Dez 18, 2012 5:04 am

Amei. Muuuuito.
Ansioso.


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MensagemAssunto: Re: Celedrim   Celedrim EmptyTer Dez 18, 2012 3:11 pm

Você só faz chover...
Mas eu ainda espero o sol depois da tempestade, Celedrim.
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MensagemAssunto: Re: Celedrim   Celedrim EmptyQua Dez 19, 2012 10:41 am

Deixaria aqui meus elogios se eles não tivessem o sobrenome que têm.
Brincadeira, muito bom, é legal ver que eu consigo entender algumas coisas...
E vai preparando a sign
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MensagemAssunto: Re: Celedrim   Celedrim EmptyQui Dez 20, 2012 2:13 pm

O sonho do Kael é ser um Dragontooth.
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MensagemAssunto: Re: Celedrim   Celedrim EmptyQui Dez 20, 2012 5:51 pm

Ainda nesse verão ele vai vir dizer o quanto ama os dente de dragão, Gilles.
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MensagemAssunto: Re: Celedrim   Celedrim EmptySáb Dez 22, 2012 10:56 pm

Celedrim 2012-12-22

A grama está completamente queimada. As poucas árvores que existem não têm mais folhas, apenas tronco. Troncos que estão ocos e apodrecidos, esculpidos pelo tempo. Os galhos secos dos arbustos crescem desproporcionais, em pequenos aglomerados. Não há flor, não há fruto.

Na vila, ninguém. Os moradores foram abandonando as moradias pouco a pouco. O último mercenário que a habitava há muito foi embora. As construções estão deterioradas. As pinturas das paredes caíram com os anos. As que permanecem, estão amareladas. Tudo se encontra sujo, empoeirado. Grande parte das telhas foi levada pelo vento. O mofo negro cresce nos assoalhos, parede e forro. Os poucos móveis deixados no local estão arruinados. Não há mais condições de moradia no lugar.

Toda a vila concentra-se no centro. As construções são baixas. Apenas um ou dois são mais elevados. Possivelmente era utilizado como postos de vigia. O perigo vindo do leste era eminente. Grandes feras eram tidas como inimigas. Mas essas eram, na verdade, o mais simples dos problemas. Afastada da vila há uma torre. Essa cresce altiva, única em seu tamanho. Sua construção de pedras impediu que o tempo a consumisse. Em seu topo, é possível a visão dos campos verdes do oeste e do pântano no leste. Ao Norte, o desfiladeiro. Ao sul, mar.

Dormindo dentro dessa torre, encontra-se a doce loucura. Não considerada mais uma pessoa. Certa vez ela pulou a janela. Houve caos. Desde então, a pura loucura foi selada ao infortuno destino.

Há um único animal habitante. Não possui pêlos. Seu rosto é disforme. Por seu formato, deixa grandes rastros por onde passa. Ele come tudo que encontra, morto, podre ou queimado. Nunca é visto de dia. À noite, vaga sozinho pelo campo seco. Costuma ir até a torre. Acredita-se que esse animal gosta de observar a beleza da loucura. Escuta todos os gemidos dela. Nunca responde, porém. Animais como esse não falam.

Se houvesse interesse nessas terras, levariam anos para conseguirem tornar o solo fértil. Talvez rendesse algumas verduras ou sementes. Entretanto, estariam condenadas ao mesmo destino das outras raízes. Um homem sozinho não conseguiria tomar pose desse campo. Nem uma família. Uma tribo poderia se arriscar. Começariam aos poucos reformando a alvenaria arruinada. Seria habitável, sim. Poderiam trazer mantimentos das duas cidades vizinhas. Conseguiriam criar animais de pequeno porte. Viveriam na modéstia.

Mas o que esses aventureiros nunca entenderão é que essas terras pertenceram ao maior centro comercial do continente. Cidade na qual a fortuna e poder era invejada pelos governos adjacentes. Não havia concorrência. O que houve foi interferência dos deuses. O terremoto que os iluminados obrigaram a natureza proporcionar dividiu essas terras. A desolação foi total e absoluta. E permanece até a atualidade. Todos definham devido ao clima. O custo dos esforços nunca será compensado.

“Sei que é tarde... e que sou incapaz de fazer qualquer coisa... mas... eu te ajudaria, se você precisar... pode me chamar... As pessoas dizem que nunca é tarde... essa palavra deve ter um sentido maior para você não?”


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MensagemAssunto: Re: Celedrim   Celedrim EmptyDom Dez 23, 2012 10:19 am

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Os segredos desta casa sempre foram guardados atrás de portas.




EDIT: Os comentários sobre o tópico que não faziam parte de seu objetivo foram apagados. Agradeço aos próximos que respeitem o espaço e não tragam discussões desnecessárias, podem abrir um novo tópico para isso no Offtopic. Beijos.
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