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 A magia do roleplay na visão de Wakka.

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Personagem: Wk~
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MensagemAssunto: A magia do roleplay na visão de Wakka.   A magia do roleplay na visão de Wakka. EmptySáb Out 11, 2008 7:19 pm


A magia do roleplay na visão de Wakka.



Antes de tudo este tópico é criado numa opinião singular, o que explica o nome do tópico, e você pode não concordar com o que está escrito. O objetivo do tópico não é confrontar opiniões ou gerar uma discussão imbecil sobre o jeito das pessoas jogarem RPG, mas apenas demonstrar o meu método de interpretação e o que significa roleplaying, ou melhor, a magia do roleplay.

Tudo começa no ponto mais lógico, o login. E antes de tudo eu me desvinculo da maior parte das coisas ‘mundanas’ e me mantenho no jogo. Pode parecer uma atitude nerd, mas eu me divirto interpretando seriamente, porque assim eu sinto o que a personagem sente. A única coisa que eu mantenho é meu MSN, e mesmo assim eu não falo com pessoas, elas que falam comigo. O login abre minha janela de personagens, eu escolho a que me interessa no momento, repasso tudo que ela pensa,o modo como ela age e o que ela passou nas últimas vezes, é hora de nascer.

Citação :
Inúmeras vezes eu vejo personagens diferentes de uma mesma pessoa, mas elas falam iguais, tem (ou não tem) os mesmos cacoetes, cometem os mesmo erros e fazem coisas muito semelhantes. Geralmente o que muda é a vocação, e um pensamento que passa de bom para malévolo. Aproveitando essa citação, gostaria de deixar claro que não quero que vocês fiquem se defendendo nas respostas, como é de usual acontecimento quando se fala mal, e vou encarar qualquer resposta neste estilo como uma defesa pra uma provocação que serviu.
Quando a personagem nasce no mundo de Tíbia tudo muda. Os ideais, os pensamentos e as sensações que eu sinto são substituídos pelo que a personagem em questão sente e acredita. E este é o segredo do roleplay, ele vai além da escrita correta e de meia dúzia de atitudes diferentes.

Citação :
Ele caminhava por uma das inúmeras florestas do continente. As folhas secas no chão vez ou outra estalavam sob a pressão de seus passos; mesmo que a leve brisa tentasse apaziguar a temperatura, o calor e o ar úmido que se estagnavam sob as copas das árvores faziam seu suor escorrer pelas linhas brutas de sua face e ensopavam a malha fina por debaixo da armadura.

Segurando a espada armada ao seu lado e o escudo firme a sua frente, seus músculos se esforçavam diante do peso do equipamento, as veias de seu braço se tornavam protuberantes e os olhos sondavam toda a extensão da mata em busca de uma presa, enquanto gotículas quentes e aguadas de sangue, proveniente de um corte em seu supercílio, se acumulavam sobre a sobrancelha e pingavam esporadicamente, como que para abençoar o solo com a honra que corria na forma de líquido rubro.

Caminhando a passos lentos ele nota um velho lobo que, assim como ele, anda solitário e ferido pela mata. A tensão aumenta, as veias parecem pulsar ainda mais e o cheiro de terra úmida invade as narinas dilatadas do guerreiro, é hora de saciar a fome. Um lobo manco e aparentemente desnutrido é uma presa fácil, ele se aproxima com passos firmes e muito lentos, o lobo continua sua desolada caminhada sem saber que a ceifadora o acompanha.

A floresta se faz silenciosa, os pássaros não cantam e as folhas pouco se agitam, como se tudo ao nosso redor estivesse ansioso para saber o final da investida. Chegara a hora. Toda o cuidado e prontidão são deixados e lado e aquelas fortes pernas correm velozmente em direção ao animal, o lobo tenta correr, mas sua condição deficitária não permite uma fuga eficiente. A lâmina crava no dorso do animal e vem acompanhada de um último e agonizante uivo.

Agachado ao lado do corpo inerte, o sangue borbulha da ferida e inunda o ar com seu cheiro forte. O guerreiro pousa a espada ao seu lado e retira uma faca, como era bom aliviar a tensão do braço. No mesmo momento a floresta se agitou, as olhas caídas pareciam se agitar cada vez mais, pequenos vultos corriam velozes por entre os troncos de árvores. No mesmo momento o homem se levanta e empunha outra vez a pesada espada.

Os sons pareciam vir de todos os lados, o coração parecia querer romper seu peito encharcado, os odores ficavam mais fortes, a adrenalina fazia com que qualquer detalhe fosse percebido, e então pareciam surgir coisas que antes não estavam ali.

Um arrepio percorreu toda a coluna do guerreiro e o motivo era óbvio: a sua frente rosnavam mais de dez lobos, expondo os dentes e salivando de raiva. Subitamente o som e os latidos ferozes pareciam vir de todos os lados, o guerreiro estava no meio de uma matilha... Ele riu indignado, o velho lobo não passava de uma armadilha. Ele rodou o corpo para ver quantos e no mesmo momento os lobos avançaram, então ajoelhou-se com as mãos na cabeça como que em forma de rendição, seu último sentimento foi de dor, os dentes cravando em sua carne e rasgando seus músculos, a tentativa débil de gritar e espantar os lobos com os braços já carnificinados.

Morte.


Trecho retirado d’As Crônicas de Pietá
O trecho narrado conta a simples história de uma caçada de lobos mal sucedida. A crônica narra o que a minha personagem sentiu e, por conseqüência, eu senti. Não é preciso relatar todos os sentimentos na hora do jogo, mas a magia do roleplay é que os detalhes penetrem na sua mente e você veja mais do que Tíbia, veja um mundo ‘real’ com cores, cheiros, sons, emoções, sentimentos e indefinições que surgem muito além das capacidades das personagens.

Interpretar é ir além dos sentidos lógicos – visão – e notar que o ambiente não é feito apenas de pessoas e árvores sem valor. Mas que tudo envolve um ciclo de vida, as folhas apodrecem; as flores exalam perfumes; a grama é macia, talvez alta; o vento sopra; os animais se sentem ameaçados; você tem necessidades básicas e muito mais.

Não me interessa nem um pouco se você sente o que eu sinto quando interpreta, até porque eu sei que a grande maioria mentiria. Não significa, também, que eu esteja certo sobre a concepção de roleplay, mas pra mim está é a magia. Para mim a magia é desligar-se do mundo real e notar que um mundo virtual pode ser tão realista quanto o primariamente notável, só depende da sua interpretação e imaginação.


Última edição por Wk~ em Sáb Out 11, 2008 10:39 pm, editado 1 vez(es)
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