O Mundo de Tibia

Trataremos aqui do mundo que envolve nossos personagens no fantasioso universo Tibiano. Um universo inexistente em uma época nunca ocorrida. Estamos num mundo de fantasia medieval, grande parte da inspiração para criar Tibia foi retirada da idade média, mas há inúmeros fatores que não permitem encaixa-lo em algo simplesmente medieval, além da presença de vários seres mitológicos há objetos que não pertencem a nossa idade média e nem mesmo a nosso mundo.

Abra sua mente para algo que pode lhe ser novo... Bem vindo a Tibia.

A principio havia apenas o vácuo e sua solidão. O nada ocupava todo o infinito.

Nesse vazio, duas entidades apareceram, entidades poderosas que viriam a ser conhecidas como Deuses: Fardos, o Criador, e Uman Zathroth, que combinava em si duas metades um tanto quanto contraditorias. Uma dessas metades era Uman, o Sábio, um deus bondoso e com intelecto divino, enquanto Zathroth, o Destruidor era sua metade perversa. Não se sabe de onde os Deuses vieram, ou se eles sempre estiveram ali adormecidos na solidão. Mas em alguma esquina do imenso nada, quiseram criar algo.

Fardos, ao perceber que não conseguiria criar sozinho um universo, pediu ajuda a Uman e Zathroth, mas apenas o primeiro se ofereceu. Mesmo unindo seus esforços, Fardos e Uman não obtiveram resultados, tudo o que criavam era engolido pelo vácuo, até que algo inesperado ocorreu, uma outra criatura divina tomava forma, ambos se maravilharam com a perfeita harmonia da nova Deusa e deram-lhe o nome de Tibiasula, enquanto isso, Zathroth estava se consumindo num ódio silencioso.

Tibiasula estava intrigada com a idéia da criação, e foi facilmente convencida, por Fardos, a ajudar. Uman chegou a conclusão que era necessário algo onde fundamentar toda a criação, então ele idealizou o tempo, e todos os Deuses, inclusive Zathroth, uniram seus poderes para cria-lo, a idéia do tempo fascinou Zathroth, pois era a certeza de que qualquer coisa que existisse estaria fardada à destruição.

Zathroth guardava rancor desde que Tibiasula fora criada, ele odiava ter outra entidade que também fosse divina. Porém seu desgosto se transformou em ódio quando ele viu que Tibiasula ocupara o lugar que ele havia deixado ao se recusar de ajudar na criação. Ele criou uma adaga onde colocou toda sua raiva e poder destrutivo, uma arma apropriada para matar um Deus. Esperou o momento mais apropriado, e quando este em fim chegou, saciou seus desejos e cravou a adaga no coração de Tibiasula, ela caiu morta e de seus ferimentos foram liberados os elementos, fogo, água, terra e ar, todos sem a harmonia da Deusa, impetuosos e selvagens, culpa de Zathroth.

No entanto que Zathroth ria comemorando seu sucesso, Uman e Fardos decidiram fazer uma poderosa magia que iria fundir o corpo de Tibiasula com a coluna do tempo e criaria Tibia, a terra firme, e Sula, o oceano. Ao não prestar atenção naquela conversa de Uman e Fardos, Zathroth perdeu a única chance de descobrir o segredo da criação. Algo totalmente novo havia sido criado, a almejada criação. Após isso, os dois Deuses se empenharam em estudar os elementos e descobriram que neles esta a essência da vida, se um dos Deuses se unisse com um dos elementos uma nova forma de vida surgiria, com isso, os Deuses descobriram o segredo da vida.

Dos vários Deuses que surgiram das uniões com os elementos, vale citar Fafnar e seu instinto agressivo, característica que despertou o interesse de Zathroth. Ele começou a flertar com Fafnar, e não muito tempo depois, conseguiu seduzi-la. Essa união concebeu Brog, uma abominação extremamente feia com apenas um olho em sua imensa cabeça, por mais estúpido que ele fosse, ele também tinha o poder de criar vida, por isso Zathroth vigiou Brog com grande interesse. A primeira criação de Brog foi um acidente que resultou em uma nova espécie, dragões, foi quando o próprio Brog descobriu que podia criar vida. Os dragões tinham potencial, mas preferiram ocupar suas cavernas a espalhar destruição, por isso Zathroth incentivou seu filho a tentar criar outras criaturas, disso vieram os ciclopes, goblins e trolls, mas a obra prima de Brog foram de certo os orcs, uma raça a ser temida, guerreiros com somente uma coisa em mente, expandir e conquistar. Em pouco tempo eles se espalharam sobre todo o Tibia, e eles eram temidos por tudo o que era vivo. Eis que começou a Era do Caos, os demais Deuses criavam varias formas de vida para combater os exércitos de Zathroth, povoando assim toda Tibiasula e completando a criação, mas a harmonia e equilíbrio ainda estavam longe de serem alcançados.

A sede de destruição de Zathroth resultou na Era do Caos, onde os exércitos das criaturas de Brog e dos mortos-vivos de Urgith extinguiam uma a uma as raças que os demais Deuses criavam para salvar Tibiasula da destruição total. Assim foi até o momento em que os Deuses criaram Banor. Ele foi o primeiro dos humanos, e por isso seus criadores lhe deram poderes que nenhum outro de sua raça jamais teria. Os humanos, apesar de suas muitas fraquezas, eram uma raça brava e esperta, que se adaptava extremamente bem naquele mundo de caos onde foram jogados. Eles começaram a lutar contra os morto-vivos e as varias outras criaturas que vagavam pela terra, e em breve os exércitos perceberam que um novo e poderoso inimigo surgia.

Os humanos triunfavam onde quer que Banor os liderasse, mas este não podia estar em todos os lugares, e aqueles exércitos humanos que tinham que batalhar sem ele, muitas vezes eram completamente exterminados. Banor, então, se voltou aos Deuses para pedir ajuda, e eles responderam às suas preces. Uman novamente achou uma solução, ele descobriu que além do fim da existência há outras dimensões, planos tão distantes que até mesmo os Deuses não tinham nenhum poder sobre eles. Porém Uman descobriu uma maneira de estabelecer uma conexão a estes planos, e depois de muitos experimentos ele aprendeu que era possível invocar almas das criaturas dessas dimensões. Quando essas almas eram trazidas para Tibia, podiam ser transformadas em formas humanas, guerreiros que a raça humana precisava desesperadamente. Em pouco tempo os Deuses criaram o Portal das Almas. Através deste portal, um constante fluxo de heróis vinha para Tibiasula, guerreiros humanos que eram tanto inteligentes quanto bravos, e com a ajuda destes, os abomináveis exércitos foram lentamente forçados a recuar.

Mas algo inesperado aconteceu. Sofrendo muitas derrotas para os poderosos exércitos humanos, as velhas raças fizeram o que era impensável, uma aliança. Dragões, orcs, morto-vivos, e todas as outras raças que lutavam uma contra a outra, de repente pararam de lutar entre si e concentraram seus ataques contra a raça humana. Mesmo que os exércitos inimigos não tivessem a confiança necessária entre eles para formar uma aliança, o medo de serem devastados pelos humanos fez com que eles se unissem, e com isso trouxessem a raça humana a uma condição muito precária. Os exércitos humanos recuaram para suas cidades fortificadas, mas tiveram outra surpresa. Pela primeira vez os inimigos dos humanos não avançaram para continuar a luta. Por alguma razão da qual não se tem certeza, o equilíbrio fora alcançado e começara um período de calma e estabilidade que se estende até os dias de hoje.

E assim se estabelece a raça humana, os descendentes diretos de Banor reinam de seu trono em Thais e os humanos nascem de duas maneiras, ou almas que chegam ao portal ou filhos de outros humanos. Sob o reinado dos Reis de Thais a raça humana viveu uma época de ouro. As artes e a ciência prosperavam, e muitas outras cidades foram fundadas. Mesmo a expansão humana encontrando muita resistência, a paz ainda reina sob a proteção da raça, que finalmente se afirmou como a dominante em Tibia. Porém, há vários sinais de que essa era de ouro lentamente está chegando ao fim. Os antigos inimigos nunca foram completamente derrotados, e parece que estão crescendo consideravelmente. E o pior de tudo, os humanos, essa raça curiosa, começaram a ter discussões entre eles mesmos, e mais de uma vez essas tensões levaram a conflitos armados. No curso do tempo, alguns humanos até mesmo renunciaram aos Reis de Thais para fundarem seus próprios impérios e cidades. Talvez este seja outro dos planos de Zathroth.

Mesmo depois do caos, a vida não é de certo pacata. Todas as pessoas, independentemente de origem e de futuro, devem passar pela academia em Rookgard a fim de estarem prontas para sobreviver. Poucos são os nobres e aqueles que vivem ao seu redor, são poucos também os que se dão à religião e em um número levemente maior estão os comerciantes, mas a única alternativa para ganhar dinheiro e arranjar comida, para os demais humanos, é guerrear.

Nas varias cidades do continente e das ilhas ao redor, sempre há um rei ou uma nobreza encarregada de governar a cidade, estes vivem em castelos e nas partes protegidas das cidades. O clero mora tranqüilamente em seus templos protegidos pelos deuses. Falo aqui de pessoas que vivem numa realidade diferente da realidade Tibiana, vivem afastados do constante perigo das vielas das cidades e das inúmeras cavernas.

Nas ruas principais das cidades espalham-se os bancos e as varias lojas, não é impossível se tornar um comerciante, a principio, é suficiente querer. Os burgueses de todas as cidades possuem, em geral, uma boa vida, bem melhor que a dos demais cidadãos. Mas a arte do comercio é algo complexo, não é tão fácil assim tirar proveito na compra e venda dos tesouros e equipamentos encontrados pelos inúmeros guerreiros.

Como eu disse, para a maioria dos humanos a única opção é guerrear contra as outras espécies. É uma vida árdua, cheia de perigos e de poucas recompensas. Os humanos chegam até a lutar entre si pelo direito de poder saquear as criaturas de uma determinada caverna, a guerrilha com as demais criaturas os está deixando cada vez mais iguais a elas, cheios de sede de sangue e desejo de conquista. Mas também há os caçadores que se aventuram em cavernas apenas o suficiente para levarem uma boa vida, vivem a aventura das terras Tibianas dia após dia, lutando contra as mais diversas criaturas para poderem continuar a faze-lo no dia seguinte.

De certo a monotonia é apenas para quem a quer, aos que tem um bom espírito aventureiro é uma vida muito agradável. Mas a morte aguarda todas as espécies, a morte não é algo incomum, pelo contrario, se tornou um acontecimento tão freqüente que levou os Deuses a concentrarem seus poderes para criar um Deus que cuidasse das almas dos mortos, mas Zathroth sabotou o plano e o fez resultar em Urgith, um Deus que ao se apoderar das almas dos mortos as transforma em mortos vivos para lutarem ao lado dos orcs de Zathroth. Os Deuses não desistiram, e ao tentarem de novo, criaram Toth, que até hoje disputa com Urgith em buscar as almas dos guerreiros para poder leva-los ao descanso eterno ou dar-lhes novamente um corpo no templo das cidades.

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