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| O Conto de Bragi Skald | |
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Gabriel Esteves Pessoa Normal
Ficha da Personagem Personagem: Vocação:
| Assunto: O Conto de Bragi Skald Qua Jun 17, 2009 9:17 pm | |
| Ashari, Bem, meu tempo não está muito favorável para a escrita, no entanto eu sentia a necessidade de postar isso, espero que gostem. < ^^ > Ah, sim, quem quiser dar uma lida no pequeno prólogo, pode encontrar no background do mesmo. - Citação :
O Conto de Bragi Skald Capítulo I – “O que quer com um velho como eu?”
Já havia uma breve formação de crepúsculo aos olhos do pequeno Bragi que retornava de um curto período de caça, do qual obteve pouco lucro.
O centro parecia inquieto, tomado por um certo equívoco precipitado enquanto o fulgor amarelado dos postes ia ficando cada vez mais visível e expansível.
O rapaz então estendera os braços diante de uma das paredes robustas feitas de um rochedo bem proporcionado de modo que fizesse sua coluna estalar, era difícil para o pequeno carregar tanto peso quanto fazia, num súbito jogo de pés jogara a mochila feita de um couro malhado – adornado com fibras impecavelmente radiantes devido ao bom trigo colhido naquela manhã – no chão áspero e cinzento recoberto de cascalhos e vegetações promíscuas de um verde-musgo até um certo lilás.
- O céu está lindo... – Comentara em pequenos delírios solitários o pequeno homem sonhador, abaixo daquele tecido negro colossal que fora feito pelos deuses, era perfeitamente desfiado em figuras lindas, cintilantes de um prateado próximo ao azul, o céu era visivelmente em sua mente, o quadro dos insanos. De punhados aos montes as pessoas vinham e iam do tal centro mal-iluminado pela coloração grená das chamas ao redor. Iam e vinham numa ordem descomunal, o tempo passara e rodara diante dos olhos do rapaz exausto, e em um estalar de dedos estava sozinho. O que? Pensara o rapaz depois de notar a mudança repentina no ambiente. Todos se foram?
A luz taciturna do local variava de um modo obscuro, o sono viera de uma forma inesperada. Desprovido de qualquer energia para suportar o poder do tempo, ele adormeceu. Pelo menos não fui roubado. Pensou.
De repente, como se surgisse da penumbra clara da lua, um velho de barba longa e acinzentada apareceu provido de passos lentos e pesados, o rosto mostrava-lhe desgaste emocional, e suas mãos pálidas tremiam com uma certa facilidade de locomoção. Bragi torceu para não ser mais um daqueles sonhos estranhos.
- Sempre igual... – Disse o velho padecendo da situação solitária aproximando-se do poço como se estivesse preso a correntes de puro aço, ele então se curvou grunhindo um som amargo e estendeu os braços para apanhar água, líquido que já estava acinzentado pela luz. Foi quando atirou a camada líquida de cinza em sua face – molhando a barba até o pescoço –, que notou a presença do pequeno de noventa centímetros recolhido ao lado de um pinheiro de folhas aparentemente sedosas pela idade avançada – Boa noite. – Disse.
- Boa noite...
Reproduzindo um movimento diferenciado, o velho tornou a coluna numa posição ereta e caminhou ligeiro pelo cascalho do norte até onde o fulgor pôde cobri-lo. Estranho... Pensou Bragi tentando buscar em uma vaga lembrança o rosto do homem de aparência antiga.
- Ralf... – Tocou os lábios com dois dedos da mão direita como se lembrara de algo inédito – Ralf! – Sim, já havia visto aquele homem, era Ralf Greenwood, grande contador de histórias.
O mesmo movimento súbito que utilizara para sucumbir ao chão há pouco, utilizara para levantar-se, apanhara a mochila cor-de-carvalho com um braço esforçado e estendera as pernas de modo a carregar o grande peso nas costas, queria conhecer aquele velho de verdade.
Alguns passos ao norte ele dera até entrever o horizonte inabitado de vida, a única iluminação no além era de uma pequena taverna ao lado de uma grande ponte, Ralf estava bem ali ao lado de um dos mastros de madeira apanhando algumas frutas azuis de um arbusto, eram pequenas como uma unha, no entanto possuíam energia para alimentar um porco.
- Ralf! – Sorriu o rapaz aproximando-se tenso – Ralf Greenwood!
Visivelmente assustado demonstrando pela plenitude criada entre os olhos e a boca, Ralf sorriu torto criando uma face estranha, no entanto afetiva.
- Sim... Como sabe meu nome? – Retrucou com a mesma voz pálida que Bragi escutara em seus contos – Quem é você?
Notando a inexatidão da aparição como um ladino ou assassino, o rapaz voltara um passo rápido e leve, pesado e lento como uma pedra.
- Desculpe-me, sou Bragi, senhor. – Um sorriso coerente emergia em seus dentes pouco brancos criando a possível ilusão de uma criança mal-educada – Escutei muitas de suas histórias, grande bardo. Como a felicidade de um bebê após um banho refrescante, uma alegria inexplicavelmente triste – provavelmente devido à idade – aparentava em seus olhos angulosos que se retorciam para cima numa expressão simpática.
- Não sou um bardo. – Disse numa tonalidade mais suave – Sou apenas um contador de histórias. Despreparado para a resposta do ídolo, Bragi apenas abaixou a cabeça e esperou um comentário mais adequado para si mesmo.
- Está tarde, quer comer alguma coisa? – Parecia triste, mas Ralf era com certeza uma ótima pessoa – Talvez um bolo?
- Bolo? – Retrucou automaticamente.
- Sim, sou tarado por bolos, devo admitir. – Não era de se imaginar que seria, mas o pequeno rapaz que continuava a carregar o peso da comida, aceitou.
Em breves passos em meio do som dos pássaros nascendo naquela alvorada taciturna, dirigiram-se à pequena taverna ao lado, sentaram-se vagamente solitários um em cada cadeira marrom, com um breve intervalo de olhares, Ralf abrira uma sacola que levava consigo e retirara uma bela peça de um bolo cremoso feito de trigo com uma breve e grossa camada de um líquido pastoso e bege.
- Coma. – Disse jogando sobre a mesa – Eles são... especiais.
Um brilho interessante e inevitável parecia iluminar os olhos do velho, era intrigante imaginar que o bolo poderia estar envenenado ou algo do tipo, mas Bragi não deixaria que tal momento passasse, ele apanhou um pedaço e mordeu levemente deixando que seus dentes liberassem o gosto adocicado do objeto, e para sua alegria, não havia veneno algum que seu fraco paladar absorvera. Sorridente de um jeito que apenas Ralf conseguia, atirou um olhar despreocupado para o lado e pôs-se a comentar.
- Pois então, Bragi. O que quer com um velho como eu? – Voltando o olhar misterioso e alegre como um psicopata, Ralf parecia contente pela companhia, no entanto intrigado pelo motivo.
- Eu quero ser um bardo, Mestre. – Grunhia palavras o rapaz, parecia que cada palavra dita era uma sentença, caso fosse má editada, ele pagaria.
- Por favor, não me chame de mestre. – Sorriu – Um bardo? – Aparentemente interessado, atirou os longos braços sem pêlos sobre a mesa recoberta de uma poeira estranha e ondulada com areia, era difícil definir como reflexo ou nitidez.
- Sim, quero ser como os grandes contadores de histórias, viajar escutando outras histórias, conhecer novas culturas... É isso, quero ser um bardo. – Parecia desprovido de precauções e suas palavras não pareciam criar grande impacto, temia que Ralf retrucasse com algum sorriso ou gargalhada. - Entendo... – Disse alimentando o movimento inexplicável de seus olhos – Um bardo... eu já ensinei muitos bardos.
- Mesmo? – Retrucou alegre e espontâneo enquanto limpava o creme dedos, era delicioso, feito de leite batido na proporção exata – Poderia... poderia me ensinar alguma coisa?
Poderia ser cedo, era um desconhecido, mas Ralf parecia gostar das expectativas de seus companheiros em diálogos.
- O que quer aprender?
- Quero aprender a contar histórias. – Virando a mochila posicionada verticalmente aos pés, apanhara alguns pergaminhos – Eu escrevo alguns poemas, gostaria de escutar?
- Claro, claro. – Parecia entusiasmado com a mesma feição intrigante.
Molhando os lábios com o passar ligeiro da língua, Bragi estendeu um dos pergaminhos diante do rosto ajustando os ombros e tronco, pondo-se a recitar:
Ode do Cair
Nada contemplar da alvorada-sonhar, Períodos faltosos ao tempo, Assim como filhos do cantar, Bardos nascem do vento, Assim como o crepúsculo lunar.
Os contos da terra brotam, Colhem a canção da poesia, Uma grande maré de tinta, Desencadeia breve euforia.
Canto aos heróis faltosos, Pobres de ricos homens, Perdem em poesia os ossos, Como a morte lhes arrancam os nomes.
Por isso clamo aos deuses, Clamo aos deuses em prosa, Que gloriosa seja nossa queda, Como afável o aroma de uma rosa.
Ralf ficou parado por algum tempo após o termino da poesia, não mostrava expressão alguma, seu rosto parecia desocupado com os olhos distantes, no entanto não durou muito e ele voltou ao mesmo rosto receptivo.
- Ótimo! Poderia fazer uma canção disso! – Dissera abrindo um pouco as mãos estampadas na frente da boca de lábios finos.
A noite foi longa, longa como o próprio tempo, e em alguns segundos a breve alvorada tornou à noite novamente, silenciosa e gelada.
Ralf era um ótimo ouvinte e instrutor, mas o tempo fazia efeito, e parecia cansado igualmente a Bragi.
- Digo, Ralf, tenho de dormir. – O sorriso não lhe estampava mais o rosto. – Não durmo há tempos.
- Entendo, também estou cansado. – Levantando-se silenciosamente, o velho sorria com os olhos levemente puxados por verrugas e contornos bem definidos. Saindo lentamente, esperando que Ralf dissesse alguma coisa, Bragi parou na porta aprontando a mochila nas costas.
- Foi um prazer conhecê-lo, Ralf. Que as estrelas zelem por você. – Sorriu e bateu em retirada com passos pesados.
- E que Crunor ilumine seu caminho... – Dizia o velho ao fundo.
A noite fora estranha, Bragi tinha de admitir, mas os detalhes o forçavam a aceitar que encontrar Ralf Greenwood por aí novamente era inevitável, era o desejo de Uman. Fim do Capítulo I.
Última edição por Gabriel Esteves em Qui Jun 18, 2009 2:03 pm, editado 2 vez(es) | |
| | | Bruno EQUIPE - Atravessador de Velinhas
Ficha da Personagem Personagem: Ares Dragontooth Vocação:
| Assunto: Re: O Conto de Bragi Skald Qua Jun 17, 2009 9:34 pm | |
| Duas dúvidas. Por que tu matou o teu char muitas vezes? E eu acho que conheço esse cara. No mais tá bom (Nem li, maaaaas pelo que vi escreve bem x.x"). Outra hora do uma lida. Canhotaço | |
| | | Gabriel Esteves Pessoa Normal
Ficha da Personagem Personagem: Vocação:
| Assunto: Re: O Conto de Bragi Skald Qui Jun 18, 2009 1:08 pm | |
| - Citação :
- Duas dúvidas.
Por que tu matou o teu char muitas vezes? Ashari, Bruno. Bem, na verdade é uma parte da história que eu vou contar depois, Bragi sucumbiu ao passado como quem sentia falta do que nunca tivera. Traduzindo: Seus ensinamentos estavam limitados, então ele decidiu trocar uma parte da vida por uma nova chance de aprendizagem. É só isso que posso falar por enquanto. < ^^ >
Asha Thrazi! | |
| | | Yuri Mais de 3000?! Sem ss é fake!
Ficha da Personagem Personagem: Benjamin Fenwick Vocação: Batedor
| Assunto: Re: O Conto de Bragi Skald Qui Jun 18, 2009 6:08 pm | |
| Nossa, perfeito brother.
^^
Esperando o segundo capitulo o/
Abração! | |
| | | Bruno EQUIPE - Atravessador de Velinhas
Ficha da Personagem Personagem: Ares Dragontooth Vocação:
| Assunto: Re: O Conto de Bragi Skald Qui Jun 18, 2009 8:46 pm | |
| Tá, ele era pally, se rocou e virou druida, já saquei. No mais, bom. No mais, boooooom, sinto-me envergonhado por causa da quest[-spoil]. Desculpa, aquilo foi feito as pressas só pra participar... :X
Canhotaço. | |
| | | Gabriel Esteves Pessoa Normal
Ficha da Personagem Personagem: Vocação:
| Assunto: Re: O Conto de Bragi Skald Qui Jun 18, 2009 8:53 pm | |
| Ashari!
Ah, obrigado, Yuri. Logo logo escrevo mais.
Bem, Bruno. Não faz mal, o processo foi esse mesmo que disse, mas in-game não é bem assim. (lol) O negócio da quest, como assim? o.o
Asha Thrazi! | |
| | | Thomaz Wolfhund Pessoa Normal
Ficha da Personagem Personagem: Tobi Wolfhund Vocação: Bardo
| Assunto: Re: O Conto de Bragi Skald Qui Jun 18, 2009 8:58 pm | |
| Há, muito bom, muito bom. Começou bem, agora, vamos ver no que vai dar.... E, sim, Ralf é estranho. Mas, não, ele não é um psicopata... xD E não vai ter nada DAQUELA quest?[+spoil] | |
| | | Gabriel Esteves Pessoa Normal
Ficha da Personagem Personagem: Vocação:
| Assunto: Re: O Conto de Bragi Skald Qui Jun 18, 2009 9:02 pm | |
| Ashari,
É claro que haverá AQUELA quest... É um fato importante no aprendizado de Bragi. ;3
Asha Thrazi. | |
| | | Gabriel Esteves Pessoa Normal
Ficha da Personagem Personagem: Vocação:
| Assunto: Re: O Conto de Bragi Skald Qui Jun 25, 2009 9:36 am | |
| Ashari... Bem, esperava mais comentários, então deixei a história um tanto quanto pendente, mas não faz mal. Capítulo dois, boa leitura. ^^ - Citação :
O Conto de Bragi Skald Capítulo II – O Centro.
Entrevia o pequeno Bragi naquela triste alvorada que outrora servia de lembrete para sua carregada mente dos equivalentes assuntos ao velho contador de histórias, o céu estava nublado e uma densa camada de um consistente tecido branco descia ao solo dos homens criando ilusões intimidadoras.
Ralf... Onde está você? Era a frase mais nítida em sua memória, quatro sóis já haviam cruzado os céus pesados daqueles dias chuvosos e o velho de barba cinzenta parecia ter desaparecido junto ao vento forte das colinas.
Naquela manhã os sóis não abastavam a pura terra dos filhos de Crunor, ao contrário, as claras amoras adocicadas de um amargo azul não mais eram férteis e os prévios druidas da misteriosa ilha preocupavam-se com o andamento dos caminhos de Uman, a água era escassa devido ao período frio e impróprio para a umidade, a seca pouco caminhava ao lado dos fortes ventos que levavam velhas folhas para todos os lados possíveis do espaço.
Passos lentos e pesados carregavam vagamente o pequeno rapaz até as janelas rasgadas pelo tempo e intensidade dos tufões para lacrá-las como pudesse, impedindo a adentrada dos intensos ventos, estava acima de uma pequena loja ao centro da vila, vivendo de favores além do grande trabalho manual efetuado pela pequena massa muscular, um digno trabalho de caçador amador que esperaria deitar-se ao lado da mãe terra assim que sua hora chegasse, mas não, Bragi não queria isso.
A fraca luminosidade criava a forte idéia em sua mente de que ninguém sairia de casa num tempo daqueles, mas de certo modo, estava enganado.
- Sim... Sempre igual... – Era uma voz angustiada e pesada que vinha dos lados inversos da loja, parecia totalmente sem esperanças, Bragi chegou a pensar que fosse um mendigo. Atalhando a idéia de abrir uma das altas janelas para entrever o fundo panorâmico do pequeno centro, o rapaz decidiu descer até o nível inferior para observar o reprodutor daquela voz amarga – Igual! Igual! – Gritava ao mesmo tempo em que Bragi descia a frágil escadaria, a poeira estalava abaixo de suas botas mal-colocada, e uma camada branca quase invisível serpenteava o piso de madeira em círculos sem eixo.
Chegando ao piso térreo onde nenhuma forma de vida encontrava-se, cautelosamente fora caminhando escoltando os pés num nível alto para que não vociferassem clamores de angústia do encontro aos estalidos que naquele tempo pareciam urros. Arrimando-se ao lado da parede rachada em vários pontos, recostou os ombros e alongou o pescoço tentando observar o que se passava no lado de fora, e lá estava um velho resmungando com um livro azul em mãos, a barba era entrelaçada e pouco formal, naquele instante um olhar apressado e inusitado foi atirado para Bragi fazendo-o fraquejar a expressão suave por alguns segundos, como um homem perdido, o velho acalmou-se deixando as rugas em torno dos olhos e boca surgirem num tom alegre.
- Bom dia, rapaz. – Murmurara agora com a voz menos rouca – Desculpe-me se chamei sua atenção.
- Tudo bem... – Sorria torto aos passos lentos e rápidos saindo de trás da coloração marrom da madeira, numa expressão inanimada e turva coerente para que respondera – Como... Como posso chamá-lo, senhor? – Sorria alegre como Ralf, no entanto parecia mais velho e desgasto que o mesmo.
- Me chamo Gunthar, prazer, jovem... – O ar de continuação era inevitável, mas Bragi aguardara um pouco antes de perceber .
- Bragi! – Corrigia – Bragi Skald, senhor. – Uma gargalhada abafada ecoava no interior do velho pouco robusto que apoiava-se numa lança suja do cabo até a extremidade da ponta de aço.
- Bragi? Nome estranho... – Tampava constantemente a boca quase invisível em meio da longa barba cinzenta abafando algum tipo de enfermidade – Bem, Bragi... Diga-me – apoiara-se com os ombros na estaca de madeira presente ao lado do poço –, o que faz uma criança como você por aqui?
Bragi deixara que o silêncio do vento invadisse o ambiente como uma flecha vinda do meio das árvores, fora totalmente inesperado que aquele silêncio nascesse. Os ventos estão diminuindo. Pensou.
- Desculpe-me, senhor, eu não sou uma criança. – chutava os pés contra o chão numa tentativa de acalmar-se e apenas entender que era um velho comum – Tenho vinte e uma presenças nestas terras de homens.
A expressão de Gunthar não era muito fixa, um sorriso largo revolto de rugas e olhos abatidos formavam uma triste combinação falsa, indicando que na verdade ele era um velho repleto de más lembranças e uma personalidade turva.
- Entendo... Você é um humano, certo? – Indagava com uma das sobrancelhas elevada – A expressão física entrega sua raça.
Bragi ficara pensativo. É claro que sou um humano, o que mais seria? Um olhar tenso invadira seu rosto criando a ilusão de uma surpresa – e poderia até ser uma – inexata, será mesmo que existiriam outras raças? Existiram mesmo outros povos como escutara nas histórias dos bardos?
- É claro que sou! – Dissera num tom alto pela falta de iniciativa e precisão de uma boa aparência verbal – O que mais poderia ser? – Gunthar não movia um músculo sequer recostado na grossa camada de carvalho, apenas o que indicava um movimento era sua barba longa e cinzenta que balançava ficando cada vez mais entrelaçada, sua respiração era apática e totalmente invisível aos olhos distantes do pequeno, mas de certo modo exercia uma forte energia de vida que indicava a atenção do rapaz.
- Estou com frio, Bragi. – Apoiando-se novamente com o braço esquerdo na lança, esticara os músculos da tíbia em um movimento incondicional girando o tornozelo lentamente e ficara de pé com uma atirada dos ombros largos e recaídos – Outro dia lhe conto uma história, tudo bem?
- Uma história? – Parecia intrigante, Bragi era um maníaco por histórias – Claro...
- Tudo bem, então. – A aparente situação era de que Gunthar desistira de mostrar um sorriso doce, e finalmente Bragi pôde ver a dolorosa expressão monótona do velho que fora retirando-se para dentro da biblioteca com o livro em mãos. Bragi fizera o mesmo enquanto vagava em passos gelados – sem virar as costas – até adentrar a segunda abertura na parede da loja, sentando-se no largo banco de madeira bem conservada.
E as horas passaram... Bragi dormia com uma expressão fútil observando o nada inconsciente do negro crepúsculo do nascer. Um som ofuscante e direto tocava suas orelhas como uma dolorosa experiência de felicidade.
- Vendo um escudo de cobre por trinta moedas! Vamos, vamos!
Em um movimento sagaz, Bragi levantara do silêncio ao reverso do tempo, o ar estava caloroso e receptivo aos vendedores, um pouco tonto por acordar em um lugar tão inconveniente, o rapaz fora até as ruas estampadas com pedras esburacadas recostando a mão esquerda pelas paredes enquanto tentava reanimar a visão com a mão direita, lá estava um bom movimento de comerciantes. Quanto tempo dormi? Olhava atento para todos os lados, a estranha sensação de que Gunthar era apenas mais um sonho tomava sua razão, tivera mesmo ele conhecido o velho? Ultimamente o cansaço tem afetado o rapaz de maneira direta fazendo-o ter dúvidas sobre a realidade, a mente turva de certo modo iluminava a insanidade do pequeno.
- Interessado, criança? – Um homem de barba mal-feita mostrava uma coleção de boas penas de galinha com um amplo sorrido amarelado – Eu vendo por pouco, vamos! Grande oferta!
- Não, não, obrigado. – Dizia balançando a mão pelo pulso, parecia que a voz semi-grossa do jovem assustara o rapaz pela expressão nada elaborada que criara, e logo fora retirando-se.
Fora então até o meio da estrada de pura terra rubra e olhara diretamente para os sóis que raiavam bem distante atrás da construção de pedras do templo. Se estiverem raiando agora, eu pouco dormi. Estendendo os músculos dos braços deixando uma doce sensação invadir seu corpo, Bragi pôde finalmente notar quão agradável era o fulgor dos sóis após um tempo gelado, voltara então um passo e fora de encontro ao centro.
- Entendi! Finalmente! – O olhar do pequeno então focara-se no responsável pela manifestação de uma voz que sobrepunha as outras. Não foi um sonho. Sim, era Gunthar.
- Bragi! – Dissera num tom mais que original e inesperado – Parece que lhe devo uma história, não?
- É o que parece... – Não sabia o motivo, mas Bragi não se sentia muito bem ao lado do velho, apesar de crer que era apenas a falta de conhecimento sobre o mesmo. - Então venha, venha! – Levantara ligeiro e apoiara-se um pouco depois da lança recostado ao lado – Vamos subir, irei contar-lhe sobre uma cidade dentro de uma montanha...
E vagamente os dois foram subindo as escadas de madeira seca até o quarto improvisado de Bragi, fazendo com que suas vozes não fossem mais possíveis de se escutar, o centro agora era apenas mais um ponto de comércio, um ponto turvo de encontros silenciosos onde o pequeno conhecera – mesmo desconhecendo – dois velhos de sorriso largo...
Bem, como pode-se ver, o capítulo 2 continua sem fatos importantes ocorrendo, eu não quero que a história encaminhe muito rápido, então vou fazendo aos poucos. @EDIT: Desculpem, devo admitir que não gostei deste capítulo, achei um tanto desinteressante. | |
| | | Gabriel Esteves Pessoa Normal
Ficha da Personagem Personagem: Vocação:
| Assunto: Re: O Conto de Bragi Skald Seg Jun 29, 2009 6:02 pm | |
| Ashari,
Cometi um erro terrível ao começar essa história! >.< Me desculpem (ou não), não irei mais escrevê-la.
Asha Thrazi. | |
| | | Convidad Convidado
| Assunto: Re: O Conto de Bragi Skald Seg Jun 29, 2009 9:54 pm | |
| Por isso que eu nem li. Odeio ler uma história que vai ficar sem fim.
Mas... por que desistiu da história? |
| | | Gabriel Esteves Pessoa Normal
Ficha da Personagem Personagem: Vocação:
| | | | Conteúdo patrocinado
| Assunto: Re: O Conto de Bragi Skald | |
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| | | | O Conto de Bragi Skald | |
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