Bianca

Bianca, parte um.

Eu já havia resolvido
Era melhor que os dois continuassem assim,
Tomando seus rumos solitários,
Cada um seguindo seus caminhos.

O porém então de comparsa
Resolveu entrar na historia sem ser chamado
E então, eis que surge o porém.

Porém resolvemos nos ver
Desta vez foi certo,
Sem bolos nem desculpas.
E admitimos, estamos mais gatos.

(Ele está mais gato...)
(Ela está mais gata...)
(Estamos um casal perfeito!)

E conversamos o máximo que pudemos
Observando agora cada mínima mudança
Notando e comentando os novos jeitos
Que tem um gosto de passado, delicioso, amante.

Caminhávamos sem rumo por tudo
E nos deitamos num sofá verde, jogados sem desleixo.
Ouvindo conhecidas músicas de nós, dos poucos.

Eu sabia, deveríamos ter continuado na mesma
E eu sei que foi mal porque agora não vejo com maus olhos
Que amanhã nos vejamos denovo, e denovo.
Porque você não esta tão chata quanto achei que estaria.

Posso tirar uma foto minha do teu celular?
Se me perguntarem? Digo que é minha namorada.
(Somos namorados perfeitos, we know!)

Bianca me lembra uma música do Stone Temple Pilot.

Legal, legal. Me lembrou quando eu era um adolescente bobinho mais novo que você - acho que você está meio velho para isso rs.

Eu sou um velho-moço, oras!

(risos)

Bianca me lembra também a menina má do livro Travessuras da Menina Má.

Bianca meu amigo me lembra, A Certain Romance.

bem, pretendia dar separado a visão crítica e a pessoal, mas vai tudo junto

primeiro as rimas, creio eu no pouco que sei sobre literatura que seu poema se assemelha mais com o modernismo, dando liberdade ao poeta de construir seu poema sem dever explicações sobre como faz, percebi uma rima mais livre, usada quando se bem entende, apesar de não me atrair muito a repetição do porém na segunda estrofe, falta de figuras de linguagem, e uma apresentação menos rebuscada, mas já haviam dito, linguagem rebuscada é o artifício dos burros, o inteligente simplifica a linguagem para ser entendida por todos, o que mais me atraiu no poema foi a presença dos pensamentos não só do eu-lírico como também da amada, coisa que nunca havia visto, conseguiu misturar um pouco de realismo e romantismo na forma como ele vê ela mais idealizada(romantismo), mas mesmo assim admite o fato de ter um dia achado ela chata(realismo, mostrando a pessoa como ela é)

uma atração evidente entre os dois também me atraiu no poema, a forma como conseguiu demonstrar essa atração também me atraiu, sem se complicar, apenas ditando os fatos e deixando transparecer como os dois se sentiam

o poema mostra uma mudança de opnião do eu-lírico, de um "nunca mais" para um "amanhã", demonstrando nitidamente durante o poema o que o levou a tal mudança


num geral: me atraiu o conteúdo do poema, para isso se fosse por nota seria um 9 ou 10 facilmente

a forma como foi apresentado poderia melhorar assim como foi construido, eu daria um 7 ou 8, mas seguindo o realismo essa nota de nada vale para o poeta

num geral um bom poema que me prendeu do começo até o final, espero mais

Realismo e romantismo? Isso non ecziste(Até existe, mas só de transição e não é o caso oks//)

Depois do modernismo todos acham que podem ir usando rimas livres. No entanto, nesse especial caso, não sei se por sorte ou por talento, o poema ficou com uma boa sonoridade, menos na repetição dos poréns.

Odeio babaquinhas que acham que só por colocarem pensamentos toscos, letras diferentes ou palavras separadas são os inovadores toscos, inclusive não gosto de muitos poemas seus por causa de um certo modismo que eu noto, mas nesse caso em especial não senti isso. Um pouco mais trabalhado e o poema ficaria ótimo.

Vi alguma - pequena no entanto - influência expressionista, mas é bem vago analisar a que escola pertence um poema, a menos que seja uma grande amostra do estilo. Acho mais oportuno analisar o autor e no seu caso vejo uma grande influência moderno-romântica(Ué, o modernismo retornou muitos princípios romancistas) e contemporânea.

Já leste José Régio ou Miguel Torga? Vejo muito da poesia presencista em sua escrita e creio que seria de grande acréscimo para você ler esses autores, gênios da literatura.

Pra ser sincero, eu não gosto tanto de poemas modernistas. Sou fã e adimirador das rimas e da metricidade, as vezes uso sonoridade até em alguns textos que escrevo, é o estilo que mais admiro.

mas, se tratando de você, caro Isaac, já conheço e me acostumei com teu estilo, e consigo ver muito bem do que eles retratam e a mensagem que queres passar.

E nisso, o poema ficou muito bom. Mesmo quem não te conhecesse nem u pouco entenderia do que se trata. Agora, comentar sobre tal assunto ja não sou capaz, estou num momento em que sinto medo de fazer o mesmo que você está a fazer. Apesar da vontade, o medo é maior.

Entao, de qualquer forma, boa sorte. Apenas lembre-se...

"Mulheres só ganham quando você deixa"

Bianca, parte dois.

Nascido de um amor mediúnico
Assim sou, obra de ti menina
Crescido das tuas vontades
e da minha de ser o melhor pra ti

Já perdido, não via sentido
nem caminho algum pra mim
Afinal quem era eu,
se não fosse somente teu?

Fui encontrado, achado
E por tanto te amar, no mais
já posso ler teus pensamentos
E dizer o teu proximo passo

Então depois de amanhã nos encontraremos
e eu poderei te dizer ao pé do ouvido
tudo o que eu pretendo
Porque conosco não há meias palavras

Encontrou em mim o que não esperava
eu vi em ti o que sempre pensei
mas a grande diferença é que agora
Não posso te amar, ou será o fim.

Acho que entendi a moral do poema. Gostei.


Canhotaço.

Me lembrou de mim em outro tempo. Belo poema, senti novamente as influências presencistas. Leu aqueles poemas que te mandei?

zack746 escreveu:

Bianca, parte dois.

Nascido de um amor mediúnico
Assim sou, obra de ti menina
Crescido das tuas vonta des
e da minha de ser o melhor pra ti

Já perdido, não via sentido
nem caminho algum pra mim
Afinal quem era eu,
se não fosse somente teu?

Passa uma idéia de Romantismo de segunda geração devido a dependência do eu-lírico pela amada, mas a partir da terceira estrofe tudo vai mudando essas mudanças durante um poema me interessam muito ^^

Citação :

Fui encontrado, achado
E por tanto te amar, no mais
já posso ler teus pensamentos
E dizer o teu proximo passo

Exibe a relação profunda entre o eu-lírico e a amada ao ponto de ele saber as reações dela

Citação :

Então depois de amanhã nos encontraremos
e eu poderei te dizer ao pé do ouvido
tudo o que eu pretendo
Porque conosco não há meias palavras

Revela que já estão próximos o suficiente para o eu-lírico ficar bem próximo a amada e falar em seu ouvido e que eles não mais precisam encantar um ao outro com belas palavras, já sabem o que sentem

Citação :

Encontrou em mim o que não esperava
eu vi em ti o que sempre pensei
mas a grande diferença é que agora
Não posso te amar, ou será o fim.

Agora vem o contraste, em todo o poema mostra como é profundo o amor entre o eu-lírico e a amada, ao ponto de ele saber suas reações antes de ela reagir, de agora terem uma proximidade, de ele finalmente se achar ao lado dela denovo, ele não pode ama-la, talvez isso venha pelo fato de quanto mais se nega um amor mais ele cresce, mas para mim, essa estrofe fez valer todo o poema


sem métrica, rimas em algumas partes do poema, tente evitar repetições, novamente gostei muito do conteúdo, acho que contanto que consiga passar ele de forma coerente já é um ponto bem positivo para sua poesia, métrica não é nem um pouco fácil de se conseguir, rimas em geral no seu poema são rimas pobres, mas dão uma sonoridade ao poema que prende um pouco mais a atenção, de resto espero pelo próximo

Romantismo de segunda geração é mais para gótico e depressão suicida, Thulio...

foi mais pela dependência do autor pela amada, se fosse trabalhado nisso daria um suicídio direitinho o modo como estava "perdido" sem ela

Comoções de Poeta

Eu odeio te amar por inteiro
de perceber meu coração palpitando
as mãos suadas e os olhos molhados
Observando delicadamente seus gestos suaves

Sinto-me tão triste ao lembrar de ti
uma alegria que me comove suspenso
a querer chorar algumas gotas salgadas
E querer suspirar ao teu ouvido

Pra que dentro de ti sinta o meu consolo
o pesado consolo da sege, do caminho
de um poeta já morto a beira-praia.

E num engasgo de palavras, lembre-se
que sempre te amei, em largos e comovidos
gemidos, apenas no teu enlaço sorriso.

(I'm waiting for that final moment when you'll say the words that I can't say...)

rimas, figuras de linguagem, dois quartetos e dois tercetos, construção do poema melhorou muito, o conteúdo continua envolvente, dessa vez nos faz ler mais de uma vez para uma melhor compreensão e prende nossa atenção

muito bom, meus parabéns ^^

Onde você viu rimas, Thulio?

De fato a pior das três partes, um romantismo fraco e um poema com dois quartetos e dois tercetos - infelizmente, sem métrica o bastante para ser considerado soneto.

zack746 escreveu:

Comoções de Poeta

Eu odeio te amar por inteiro
de perceber meu coração palpitando
as mãos suadas e os olhos molhados
Observando delicadamente seus gestos suaves

Sinto-me tão triste ao lembrar de ti
uma alegria que me comove suspenso
a querer chorar algumas gotas salgadas
E querer suspirar ao teu ouvido

Pra que dentro de ti sinta o meu consolo
o pesado consolo da sege, do caminho
de um poeta já morto a beira-praia.

E num engasgo de palavras, lembre-se
que sempre te amei, em largos e comovidos
gemidos, apenas no teu enlaço sorriso.

(I'm waiting for that final moment when you'll say the words that I can't say...)

agora só não sei quanto ao estrangeirismo no final, de resto gostei muito desse

São duas rimas perdidas, uma entre consolo e consolo. Não devem ter sido propositais, se foram, ponto negativo. Esse ficou bem ruinzinho mesmo '-'

Notei uma coisa engraçada agora no poema, depois pergunto se a intenção foi deixá-lo assim.

Ps: Suspenso e ouvido só rimam em russo, no português não rola.

Samba a um Casmurro

Dançando em leves compassos
Aproximo-me comovente em rodopios
Com o ar assobiando nos ouvidos
Alegres enfim num enorme sorriso

Com suas mãos as minhas te guio
Num comovente bailado soturno
E te olho nos olhos lacrimejados
De tanto rir das nossas peripécias

E ao pé do ouvido te digo em sussurros
O quanto é bom te amar suspenso
E tu me dizes, sou tua, dancemos!

Eu platonizado e perdido, apenas riso
Continuando o compasso amante
Gargalho ao teu ouvido, tu és minha.

Esse é ótimo Isaac, realmente. Tão sonoro, as palavras tão bem escolhidas que meus olhos dançaram pelo poema e eu demorei para conseguir lê-lo com seriedade - fiquei entorpecido.

Incrível de fato, um dos seus melhores.

Amante, parte um.

Teu sorriso me elucida levemente desta imaginação
Desta imagem carregada de nevoa e sombreada por vultos
Deste teu corpo deitado nu sobre a cama amadeirada
E que eu solícito me debruço te pedindo um pouco de tudo

Eu tu me pedindo ao pé do ouvido, mostre-me que tu sabes?
Sorridente e enérgico te beijo apertadamente e me lembro do fim
Tu olhas meus olhos buscando arrepios de olhos fechados
Mas apenas enxerga um coração triste e abatido em dor

Insiste ainda, o que foi? Está triste, amor?
Com os olhos soerguidos olho novamente profundo aos teus
E este amor grande me toma conta e me enlouquece apaticamente

Suspiro enfim soltando todos os ares melancólicos e puxo o amante de volta
Este sorri faceiro para você, que num impulso sorri de prazer
E eu resignado a te fazer feliz faço de mim mesmo amante sem amor por ti.

Períodos longos, achei cansativo.

Uma poesia que intermmedia entre as de versos e a de prosa, pelo tamanho de periodo.

Ficou interessante, porém, não é um dos estilos mais bem vistos pelo brasileiro.

Draconian escreveu:

Uma poesia que intermmedia entre as de versos e a de prosa, pelo tamanho de periodo.

Ficou interessante, porém, não é um dos estilos mais bem vistos pelo brasileiro.

Poesia de prosa? Mindfuck.