Van EQUIPE - Nessinha, o Ditador
Ficha da Personagem Personagem: Sven Langsverd Vocação: Abominável homem das neves
| Assunto: Velenoor e os Elvenwood Qui Ago 26, 2010 7:15 pm | |
| As ombreiras me encomodavam. O escudo parecia demasiado pesado. A espada totalmente desequilibrada em minha mão. Nada fazia mais sentido. - Acabou, Demétrio! - ouvi a voz debochada gritar - se entregue! Está com medo de passar pelo julgamento de Uman de novo? Eu fervia de raiva. Os olhos cansados, dei mais uma olhada no lugar. Paredes e pilastras brancas, teto alto. À minha frente, o homem segurando uma espada. Atrás dele, um trono vazio. - Desista! Morra logo! Quando o seu sangue escorrer por este chão, EU serei o rei! Isso é inevitável... - Não - falei, enquanto tirava o elmo de minha cabeça e largava o escudo no chão - não. - Você gosta de sofrer, Dem'. Quanto eu vou ter que te torturar até você desistir? Me sentia mais leve, agora sem o escudo e o elmo, mas mesmo assim eu não tinha muitas forças. Dei um passo, e depois outro. Orfeu veio correndo na minha direção, a espada em punho. Na hora, deixei meus instintos tomarem conta de mim. Girei 90º, fazendo-o passa direto e acertei-o nas costas da armadura com minha espada. - Então é isso, Dem'? - ele gritou, se recompondo - Quer lutar... de novo? De novo? Não, eu pensei. Eu o mataria com o único golpe que eu ainda podia desferir. Forcei meus músculos, enrijeci meu braço. Segurei a espada com força e senti ela arder. Era agora. Eu o acertaria com força o suficiente para perfurar sua armadura. E se não conseguisse, era de fato o fim. Eu corri. Com as últimas energias que me restavam, eu corri. Orfeu baixou a espada, eu me esquivei no último segundo, e então eu subi a minha própria espada. O impacto abriu um buraco no aço por baixo da capa dele. Senti a ponta da espada perfurando o aço, depois a carne, e então o aço de novo; até sentir que ela voltava ao ar livre. Eu havia transpassado duas camadas de aço mais o corpo dele. Ele com certeza morrera. Com o sangue dele em minhas mãos, eu soltei a espada, junto ao corpo. Era o fim. Orfeu caiu inverte no chão, e eu olhei de seu rosto pasmo e morto para o trono. Era a minha vez. Eu era Demétrio Elvenwood, e eu devia reclamar o trono de rei de Verenoor. Caminhei em direção ao trono, enquanto soltava minha armadura; com apenas as caneleiras remanescentes, eu subi os cinco degraus até a cadeira. Madeira maciça revestida de aço e banhada em ouro, com almofadas vermelhas de veludo forradas. Eu me virei e me larguei no trono. No momento em que meu corpo atingiu a almofada.. a dor. Algo estava errado.. algo estava acontecendo de muito errado. Eu vi Orfeu se mecher e me chamar. Uma aura negra se desprendia dele. Algo estava muito errado, e eu comecei a sentir medo. Resolvi buscar a minha espada, mas...
- Alguns dias antes -
Lá estava eu, orgulhoso. Em frente ao meu pai, Bartholomew Elvenwood. Ao meu lado, meu irmão Orfeu. Nós dois estávamos em pé, em frente ao nosso pai, rei de Velenoor, com guardas em volta. - Meus filhos... - ele começou - estou demasiado orgulhoso de vocês. Têm agido como heróis nas últimas missões. Mas receio que estou ficando muito velho, e quando eu falecer, um de vocês deverá assumir o trono. Lembro de Orfeu enchendo o peito naquela hora, exatamente como eu. Ambos esperavamos que seriamos escolhidos ali, naquela hora. - Naturalmente, o primogênito assumiria antes do segundo filho, mas no caso de gêmeos a coisa é mais complicada. Estou com sessenta anos, e vocês com vinte, logo não haverá mais tempo. - Senhor.. pai - Orfeu começou - receio que deva escolher o filho que mais lhe mostrou leadade e respeito. - E eu receio dizer-lhe, querido Orfeu, que seria impossível utilizar esse critério sem um empate - Orfeu desinchou o peito, desapontado - De qualquer forma, se até lá não houver decisão, quero que decidam pela seguinte forma: "Sua irmã mais nova, Kathleen, atualmente com cinco anos de idade, precisará de alguém para cuidar dela, já que minha queria esposa, sua amada mãe, se foi há algum tempo. Orfeu, sempre demonstrou mais carinho por ela do que Demétrio. Gostaria que seu irmão assumisse o trono, para que pudesse tomar conta dela" A expressão de Orfeu naquela hora foi de surpresa mesclada com raiva. Eu, por outro lado, não esperava isso, e hesitei. - Mas... como... pai, eu seria um rei muito melhor! Por q...? Por quê, pai?! - disse meu irmão, levemente alterado. - Não levante a voz pra mim, Orfeu. Quando for mais maduro, entenderá. Não questione minhas ordens. Eu lembro de ter olhado para o lado e ter visto a expressão de meu irmão que novamente mudara. Estava perplexo. Sem mais nem menos, ele arrancou a coroa de príncipe que levava na cabeça e jogou no chão, com grande estrépito. Depois virou as costas e foi embora, sem sequer pedir a bênção ao nosso pai.
* * *
Mais tarde, naquele dia, Orfeu foi aos aposentos de nosso pai para implorar-lhe desculpas pela reação. Com o perdão concedido, ele prometeu não ter mais aquela reação e acatar a todas as ordens. Enquanto isso, eu ainda digeria a notícia. Eu, rei. Sempre achei que meu irmão seria, ele sempre foi mais puxa-saco de meu pai. É claro, eu fiquei feliz por ter sido escolhido, mas não queria ser rei. Eu reclamar o trono, significaria meu pai estar morto, e eu nunca esperei que este momento estivesse tão perto. Foi na sexta-feira da mesma semana que tudo começou. Era como se Deus conspirasse contra mim. Eu rezava, lia a bíblia, praticava a magia branca e me mantinha longe das artes negras. Mas parece que tudo isso não adiantava, e que a fúria dele caía sobre mim. Como eu disse, foi na sexta-feira. Durante a hora do almoço, eu, meu pai e meu irmão ceiavamos na sala de jantares. Tínhamos acabo nossas orações e eu levava a mão aos talheres, quando a faca pulou. Por um triz ela não passou pelo meu pescoço, quase acertando uma veia lateral. Todos ficamos surpresos, e fizemos uma outra oração, imaginando que fosse uma mensagem de Deus de que ele não gostara da outra. - Quando se trata de agradar o senhor, Demétrio - meu pai me falou - Nunca devemos nos contentar com pouco.
* * *
Na terça-feira da outra semana começou o pesadelo. Eu treinava com meu irmão para o torneio de espadas. Estávamos apenas treinando, quando ele acertou-me um golpe que derrubou meu elmo e me fez cair. Depois ele investiu e fincou a espada na terra, no exato local onde estava minha cabeça. - Orfeu! Está maluco? - Desculpe, Demétrio, eu me empolguei. - É, você está sempre se empolgando! Vê se se aquieta um pouco! - e eu senti. Meu coração pareceu parar por um instante, junto com meus pulmões. Rapidamente eu recobrei os batimentos e a respiração, e de relance vi os olhos de meu irmão, que estavam pousados sobre mim há pouco. Iam de totalmente branco para o verde-claro normal. Não podia ser... meu irmão, mago negro? Querendo me matar? - Irmão.. Que você está fazendo? - Como assim? - Você anda mexendo com coisas que não devia? - Como assim, Dem'? - ele fez uma cara de surpreso, mas não me convenceu - Não anda mais com o crucifixo. Onde está seu terço? - eu olhei aonde ele normalmente pendurava o terço no pescoço - Não preciso disso. Esse Deus que nosso pai ensina não é nada. - Não blasfeme, Orfeu! Peça perdão ao senhor! Lembro de Orfeu olhando-me nos olhos, com cara de afronta, como quem diz "e se eu não quiser?" - Magia negra, Orfeu. Por isso a faca pulou, por isso passei pal. Está tentando aplicar magia negra em mim! - Cala essa boca! - Vou contar ao pai! Vou contar a ele e você vai ser punido! - Demétrio, volte aqui! Mas eu não voltei; sequer me virei. Corri como nunca, com minha espada em mãos e a armadura pesando junto com o elmo na direção do castelo. Subi escadas, até que abri o portão duplo da sala do trono. Dois soltados mortos, e o trono vazio. - Já tomei conta do papai - eu ouvi Orfeu falando - Vamos, Demétrio. Matei o papai, os soldados, só falta você. Vai se render ou quer fazer demorar mais? - Calado... - eu me virei - Você... Não pode.. não pode ter feito. - Eu fiz. Eu matei; e vou te matar também se não se ajoelhar. - CALE A BOCA! - SE AJOELHE DIANTE DE SEU REI, DEMÉTRIO! Disparei na direção dele, a espada erguida. Mas novamente senti aquela repulsa - meu coração e meus pulmões pareceram parar de funcionar por alguns segundos. Quando pude me mecer de novo, estava totalmente sem energias. Consegui me erguer e olhar para ele. Minhas ombreiras pesavam.
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