Memórias Crônicas da Espada e Escudo
~terceira parte~
Após pegar uma encomenda na cidade dos anões, o espadachim e seu amigo sentaram num lago próximo para pescar e continuaram a escrever as memórias:-"Após aquele castigo cruel, comecei a sentir uma aura maligna em Romkro. E as coisas só foram piorando. Cada dia que passava o clima se tornava mais sombrio na sociedade, se antes os espadachins se tornavam irmãos de espada, começaram a se tornar rivais ferrenhos. A postura adquirida por Romkro começou a causar a inimizade entre os espachins.
Para o meu azar, comecei a ser perseguido de todas as formas. Nada do que eu fazia era bom o suficiente para ele. Qualquer descuido meu era motivo de castigo, e cada castigo era pior que outro. Em contra partida, não abaixei minha cabeça, coloquei em meu coração os ensinamentos de meu avó e segui meu treinamento muitas vezes escondido, pois os métodos de Romkro se tornavam cada vez mais crueis. Naquela altura já não existia mais a sociedade criada por meu avó, além de existir no meu coração.
Com o passar dos anos, Romkro começou a recrutar os piores humanos da região. Suas intenções eram cada vez mais obscuras, comecei a desconfiar que ele estava trabalhando para o culto que meus pais tanto lutaram.
Falando em meus pais, eles nunca retornaram daquela missão.
No meu vigésimo aniversário, tudo já havia mudado ao meu redor. A sociedade já não existia mais, nunca mais encontrei a jovem de cabelos dourados, Romkro havia criado um verdadeiro exércido de espadachins sem escrupulos e eu continuei naquele local apenas para descobrir o que Romkro tramava e impedi-lo de qualquer plano que viesse a trazer o mal para este mundo.
Para minha sorte ou meu azar, eu não tive que esperar muito. Romkro decidiu fazer um celebração a qual todos desconheciam o motivo, ele dizia que seria uma surpresa... E realmente fui surpreendido.
Ele declarou que a chegada do grande demônio estava próxima e fariamos um ritual de sangue para recebe-lo, o ritual consistia em matar mais de mil seres humanos para alimentar o demônio com suas almas. Romkro sabia que eu não aceitaria e antes que eu pudesse falar qualquer coisa ele ordenou que os espadachins oferecem minha alma como a primeira oferenda.
Mas eu estava preparado, empunhei minha espada e comecei a decapita-los, uma chuva de sangue banhou o solo da sociedade. Quando todos os espadachins cairam, só restava Romkro para por um fim naquela loucura... Mas ele era o segundo melhor espadachim da sociedade e eu não poderia subestimá-lo.
Ataquei rápido, mas ele era muito veloz, nem se comparava aos outros, esquivou de todas as minhas investidas, então veio o contra ataque, ele sabia que eu tinha uma deficiência na defesa, então atacou com toda sua fúria, uma ataque vorpal, devastador, veloz, furioso, emanando uma maldade sem tamanho, naquele momento ele demonstrou sua verdadeira natureza, um monstro.
O ataque me cortaria ao meio... Mas eu tinha uma carta na manga...
A sociedade sempre ensinou a usar a espada para o ataque e para a defesa, movimentos ligeiros tanto no ataque quando na defesa sem a necessidade de usar qualquer outro equipamento para se defender, mas eu tinha ganhado um presente...
No momento do ataque de Romkro, até as folhas das árvores caíram, o vento silênciou-se, as criaturas da floresta calaram-se, minha respiração parou e o golpe poderoso de Romkro foi desferido diretamente no escudo que a jovem de cabelos dourados havia me presenteado.
Romkro se distraiu com a minha defesa, então aproveitei para despedaça-lo com cinco golpes rápidos. No final, os pedaços do corpo de Romkro revelaram sua verdadeira raça, um demônio menor.
Só restou-me pensar em como aquilo foi ocorrer, em algum momento aquele demônio menor havia infiltrado-se na sociedade, talvez até mesmo antes de meu avó falecer.
Após a luta, abandonei aquele local e segui rumo a cachoeira para me banhar de todo aquele sangue."
O espadachim foi interrompido pelo fisgar do peixe e decidiu continuar somente após a refeição.