Ficha da Personagem Personagem: Astinos Lamael Vocação: Alcóolatra
Assunto: Um último adeus Qui Set 12, 2013 4:33 pm
De todas as formas que minha vida podia acabar nunca pensei que seria assim, ainda me lembro do sorriso dela, seus olhos nos meus, seus cabelos ruivos claros, quase alaranjados. Briguei com um dos meus melhores amigos por ela, achava que ela tinha escolhido ele, mas no dia de sua morte ela me escolheu e isso ninguém pode me tirar, nem em morte nem em vida. Aquele foi o dia mais feliz de minha vida... Aquele foi o dia mais triste de minha vida...
Após elas vieram outras, afinal eu sou humano e após superar meu luto e após longos anos de solidão me apaixonei mais uma vez, a mais notável de todas, a que realmente me chamou a atenção, a que senti de novo o que achei que nunca mais sentiria, eu conheci na festa da Langobardis. Argos havia levado ela e Leona para a festa, não sei explicar porque senti o que senti, eu só senti e me contentei nisso e não em entender realmente. Ela não me amou, acredito que ela até pode ter sentido uma certa solidariedade comigo, pode até ter sentido algo mais, mas não superou o que ela sentia por Argos, com ela eu criei Lyan Ferng, apenas um garoto, sei que outros tiveram participação em sua criação, talvez até mais do que eu, mas para mim ele será sempre o meu filho nascido em outra família, podemos não ser parentes de sangue, mas o meu amor pelo garoto superou essas barreiras. O conheci antes de uma reunião Langobarda, ele estava imundo, foi assim que o localizei, me lembrou de minha própria infância antes de ser adotado pelos Lamael então instantaneamente desenvolvi um afeto por ele, mas conforme o tempo passava o enxerguei por quem ele realmente era e não apenas pela minha mera projeção, inteligente, educado, esforçado, eu queria passar todos os momentos livres o educando, o preparando para a vida e ensinando a ele sobre como se defender e como cortejar uma mulher, como ser honrado e valente, mas sinto que falhei com ele, deixamos de nos ver e isso foi como uma navalha cortando meu coração, até hoje não sei o que houve com ele, tudo porque eu parti de Thais, tudo por causa de um desentendimento com a guarda real, depois disso não bebi mais. Soube dele depois por um grande amigo, Bruno Elvelius que sempre esteve ao meu lado, desde meus dias de bebedeira descontroladas em Thais, ele era como um irmão mais novo para mim, já Draco era um irmão mais velho... É da forma como brigávamos acho que se assemelha mais a um irmão mais velho ou um irmão gêmeo mesmo, foi com ele que briguei pelo meu primeiro amor...
Tantas pessoas fizeram parte da minha história.... Corvolo, Domainy, Lucius, Argos, Kean, Gornlink, até mesmo o maldito Sorito tem espaço em minhas memórias, mas alguns, aqueles de que mais me lembro me acompanharão para sempre no coração. Leifa, nunca me esqueci de você, nem por um segundo; Meiyaa que conseguiu me fazer sentir com uma parte do coração que julgava estar morta; Bruno.... nunca vou conseguir me desculpar pelas minhas bebedeiras de antigamente que ele suportava e curava; Draco.... tá Draco é um filho da mãe, mas é daqueles filhos da mãe que você quer manter por perto, que você tem uma afinidade sabe-se lá porque, como eu já disse é como se fôssemos mesmo uma família. Lembro de como foi o último momento com cada um deles; Leifa Skallagrimson no dia em que minha força falhou total e completamente, foi assassinada na minha frente e eu não tive como nem mesmo perseguir seu assassino de tão rápido que era; Meiyaa, partiu em uma jornada a qual nunca entenderei completamente, escolheu partir ao invés de ficar comigo, mas ficar comigo também implicava ver Argos com outra mulher; Bruno, tivemos mais uma de nossas conversas sobre os velhos tempos e os rumos da Langobardis e Draco... bem devemos ter brigado de novo... é com certeza foi isso. Daria tudo para me despedir de cada um deles de novo...
Está chovendo, claro, tinha que chover... Sinto as gotas d’água em meu rosto escorrerem até meu queixo, será que sentirei isso mais uma vez? A mão no meu peito é firme enquanto o velho me pergunta se me ofereço de livre e espontânea vontade. Como há de ser, um velho gastado pelo tempo morre para que uma criança viva, espero que o filho de Argos tenha uma vida mais correta do que a minha, demorei muito até tomar jeito, não seja assim Vitor... Faço a minha afirmação, a voz firme e convicta, completamente alheia ao mais completo medo que sinto.
Sinto meu corpo leve, não sei que magia o velho fez para salvar a criança, mas sinto meu corpo se desfazendo aos poucos e uma luz branca começar a me envolver, eu me torno algo como energia pura, sem forma. Me sinto feliz, contente, uma enxurrada de boas emoções me toma e eu posso senti-la, no fim do túnel está ela, me esperando... Leifa enfim poderei ficar com ela, com o que espero que seja um sorriso começo a ir em sua direção, não sei como, mas vou, olho para trás e vejo todos que deixei para me despedir mais uma vez. Há algo errado, porque ninguém está vendo aquela sombra? Aquele demônio?! Tirem a criança daí imbecis!! Ela não está segura! Mas ninguém o vê, só eu, só eu estou conseguindo ver que a ameaça não passou, que a criança está condenada, a menos que... Olho em direção a luz e meu coração quebra, passei uma vida para revê-la e agora que estou tão perto irei renega-la pelo bem de outro, em um segundo eu sinto toda a força me abandonar, que outro cuide disso, que os vivos cuidem de si, eu estou cansado, estou abatido, puta que pariu eu acabei de morrer, não é justo! No momento que estou para desistir uma lembrança me vem a mente: “Lyan está na minha frente, estou lhe ensinando sobre os cavaleiros, faço uma pompa e lhe digo: -O cavaleiro deve defender os fracos; O cavaleiro jamais foge de seu inimigo; O cavaleiro defende o bem e luta contra todo o mal e injustiça.”
Se eu pudesse eu choraria, viro minhas costas a Leifa, sinto as boas emoções me abandonarem, não vou deixar que meu último ato seja me transformar em um mentiroso para uma criança, volto para Vitor e uma parte de mim entra nele, para defende-lo, sinto que agora tenho olhos, agora tenho forma, eu choro, muito, não sei porque, olho para cima como se procurasse algo, mas não sei o que é, o que aconteceu antes? Porque meu coração dói tanto, olho sem emoções para todos ao redor, sei que há algo de errado comigo, mas não ligo, a criança a minha frente brilha um pouco aos meus olhos, sinto que estamos conectados, não ligo. Estou com sono. Vou dormir.
Draconian CONTRIBUINTE - Tarado da CAM
Ficha da Personagem Personagem: Draco Zephayn Vocação: O Druida Frustrado.
Assunto: Re: Um último adeus Qui Set 12, 2013 5:59 pm
Thulio escreveu:
riguei com um dos meus melhores amigos por ela, achava que ela tinha escolhido ele,
Esse tipo de memória faz meus olhos se encherem de lágrimas, cara... Muito bonito, muito mesmo.
Samuel Administrador - Run! Run! Run!
Ficha da Personagem Personagem: Todos. Vocação:
Assunto: Re: Um último adeus Qui Set 12, 2013 6:48 pm
Os personagens nunca morrem, seu bobinho. O espirito vive, sempre e sempre e sempre... (menos o do Darkness. O Darkness não morre nunca.)
Bruno EQUIPE - Atravessador de Velinhas
Ficha da Personagem Personagem: Ares Dragontooth Vocação:
Assunto: Re: Um último adeus Qui Set 12, 2013 11:51 pm
Toda vez que lembro tudo o que vivi nesses anos em Neptera, cara, é de dar um nó na garganta. Marejar os olhos. Parabéns, Thulio. Uma ponta de tudo o que foi importante, de verdade.
Canhotaço.
Gilles Esquilo Homossexual
Ficha da Personagem Personagem: Vocação:
Assunto: Re: Um último adeus Seg Set 16, 2013 11:39 am
Ai, ai. Choray.
Kaoh Pessoa Normal
Ficha da Personagem Personagem: Vocação:
Assunto: Re: Um último adeus Qua Set 18, 2013 10:39 pm