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 O Domínio da Espada (vol. 1) Sangue em Rookgaard

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2 participantes
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Thomaz Wolfhund
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Thomaz Wolfhund



Ficha da Personagem
Personagem: Tobi Wolfhund
Vocação: Bardo

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MensagemAssunto: O Domínio da Espada (vol. 1) Sangue em Rookgaard   O Domínio da Espada (vol. 1) Sangue em Rookgaard EmptyTer Jul 27, 2010 2:45 pm

Tinha esquido dessa seção


O Domínio da Espada - Sangue em Rookgaard
.:Índice:.
Prólogo - Logo abaixo











Prólogo

Eu estou velho, sou o ancião da aldeia. Todos me respeitam, perguntam coisas sobre os deuses, sobre a natureza. Mas o que eles mais perguntam é sobre as guerras. Posso dizer que as conheço. Nos meus mais de 70 invernos, já participei de mais de 30 campanhas. Já perdi a conta de quantos inimigos, humanos ou não, matei. Também perdi a conta de quanto amigos tive de enterrar. Vozes do passado, de pessoas que já morreram, povoam minha mente cansada. O peso da responsabilidade de viver é tremendo. A morte já não é tão mal vinda.

Uma vez me perguntei se não era melhor ter morrido jovem, com uma espada na mão. A nobreza de morrer defendendo uma justa causa engrandece o espírito e honra o nome. Mas não morri. Incontáveis vezes fiquei ferido, muitas gravemente. Mas não morri. O único propósito que vejo nesta vida é contar às gerações posteriores os gloriosos feitos dos nossos antepassados. Parece injusto que eu tenha que morrer velho e combalido, mas alguém tem de contar a história, para que fatos não caiam em esquecimento.



A história começa quando eu tinha dezesseis verões. Morava em Rookgaard, uma cidade grande, capital da ilha homônima. Acho que devo fazer uma pequena descrição, hoje em dia é difícil imaginar como era Rookgaard – a ilha – na minha época. Ela era pouco explorada, já que o pequeno exército que Thais mantinha ali não era suficiente para manter a paz. Havia três cidades importantes, além da capital. Todas no lado leste da ilha, mais para a região sul.

Menos importante que Rookgaard, Idral ficava nas margens da Baia de Pelkos, que se abre para o oceano à leste. E, às margens do imenso rio Scula, que corta a ilha ao meio, ficava a vila pescadora Rickdill. Na fronteira com as terras desconhecidas, ao norte, Rubliem era mais um velho acampamento militar do que propriamente dito uma cidade. Thais tinha parado sua colonização ali, pois as terras bravias de além não eram exploradas. O antigo posto de vigia tinha crescido e, ao redor, comerciantes, famílias dos soldados e fazendeiros buscando terras tinham se assentado.

O perigo quase não existia nas terras de Rookgaard, desde que você não ultrapassasse a fronteira. Aliás, era impregnada na mente de cada rookgaardiano a frase “não ultrapasse a fronteira”. Muitas pessoas já tinham desaparecido quando cruzaram aquela linha imaginária. Os descampados eram sombrios e desertos. Podia-se ver, de noite, fogueiras iluminando a escuridão. Trolls e orcs viviam além-fronteira. Às vezes faziam umas incursões de pilhagem, mas eram facilmente contidos pela pequena guarnição da cidade fronteiriça.

A minha idade era dezesseis anos. Eu era alto, tinha os cabelos negros como piche, meus olhos eram escuros também, embora hoje em dia estejam leitosos, e a minha barba ainda era pequena demais para ser mostrada com orgulho. Acabara de entrar para o pequeno exército de “locais” que Thais sempre mantinha nas colônias. Ainda era muito jovem, por isso, tinha o ímpeto tolo da imaturidade. Queria invadir o Descampado e massacrar orcs e trolls, fazer glória e saquear riquezas.

Tinha como arma um machado, que hoje em dia acharia tosco e inútil até mesmo para cortar madeira, mas para mim, na época, era a melhor arma do mundo. O cabo era de mogno e a lâmina de ferro. Eu tinha feito ranhuras no cabo, para me proteger e me dar sorte na batalha. Como era ingênuo! Minha armadura consistia em um colete de couro bastante remendado e um pedaço de madeira redondo que eu chamava de escudo.

A maioria dos homens da minha companhia, éramos 50, também portavam armas rústicas. Nosso comandante, Yuri, era o único que conseguira arranjar uma cota de malha toda enferrujada. Ele tinha um elmo de cobre que protegia somente o cocuruto da cabeça. Possuía um escudo oblongo de madeira forrada de couro. Sua arma era uma pequena espada de ferro. Sempre ria, com razão, das armas grandes que nós, jovens, portávamos. Dizia que numa parede de escudos, uma arma grande era inútil, enquanto uma espada pequena era perfeita para estocar, o golpe mais mortífero.

Yuri era alto. Uma cabeça maior do que a média dos homens da cidade. Tinha diversas cicatrizes no abdômen, resultado de estocas mal feitas. O nariz era quebrado, devido a um golpe da mossa de um escudo inimigo. O homem era careca, no lugar do cabelo, havia tatuagens, feitas por druidas. Todos nós, da guarnição de Rookgaard, admirávamos nosso comandante e confiaríamos a nossa vida nele.

Longe, parecia a guerra estar de nós. Nunca ninguém tinha enfrentado uma parede de escudos, somente Yuri. Freqüentávamos mais as tavernas do que o quartel. Virar um dos cinqüenta guerreiros de Rookgaard era garantia de uma vida pacífica e mal remunerada.

Ao auge do verão, a guerra chegou. Inesperada, na paz e quietude das pacatas vilas do território de Thais. Foi a primeira vez que eu fui para a batalha. E, que Crunor me perdoe, nunca mais deixei de ir.



Aceito críticas e comentários em geral =B Cool
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Dimitri Drachenorden
Mais de 3000?! Sem ss é fake!
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Dimitri Drachenorden



Ficha da Personagem
Personagem: Dimitri Drachenorden
Vocação: Mago

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MensagemAssunto: Re: O Domínio da Espada (vol. 1) Sangue em Rookgaard   O Domínio da Espada (vol. 1) Sangue em Rookgaard EmptyQui Jul 29, 2010 10:24 pm

Gostei muito, Thomaz. Continue postando aqui.
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Thomaz Wolfhund
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Thomaz Wolfhund



Ficha da Personagem
Personagem: Tobi Wolfhund
Vocação: Bardo

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MensagemAssunto: Re: O Domínio da Espada (vol. 1) Sangue em Rookgaard   O Domínio da Espada (vol. 1) Sangue em Rookgaard EmptyQui Jul 29, 2010 10:47 pm

Capítulo Um – O Começo.


Era um dia normal em Rookgaard. Quente. Todos estávamos no quartel. Ou melhor, na taberna que fica ao lado da caserna. Yuri contava histórias engraçadas para todos nós. Eu estava meio melancólico, já que a minha garota tinha me abandonado por um marinheiro de Idral. Mas fingia que não me importava, e ria com os outros. Acariciava de vez em quando meu machado, como que lembrando do toque da menina.

A taverna era escura, esfumaçada e fedorenta. Estávamos sentados em bancos de madeira, ao redor de uma mesa decrépita. O taverneiro insistira em acender a lareira, o que deixou o ar quente e esfumaçado. Mas o fogo era tão baixo que os buracos no teto de palha iluminavam mais. Ainda estava cedo, por isso éramos os únicos ocupantes do recinto, a não ser o taverneiro.

Como tínhamos pouco dinheiro, os únicos que bebiam a merecida cerveja eram os que contavam histórias. Ou seja: somente Yuri bebia e todos nós ríamos das suas histórias. Eu era o único que não estava totalmente concentrado no comandante. Por isso, fui o primeiro a notar o alvoroço na rua. Momentos depois, a porta foi escancarada e um homem ofegante correu para dentro da sala.

Parou, respirando forte, na frente de um surpreso Yuri. O homem era baixo, e seu cabelo era negro. Suas roupas estavam em farrapos e havia vários cortes em sua pele. Tinha uma face histérica, de quem está além do desespero. Balbuciava coisas sem sentido e tremia. Parecia estar tendo um ataque da “fúria dos deuses”. Segurou o braço musculoso de Yuri e murmurou:

- Rubliem caiu, eles estão vindo. –

O homem soltou o braço do guerreiro e caiu no chão. Um profundo silêncio tomou conta de todos nós. Yuri foi o primeiro a se mexer. Verificou a pulsação do homem. Estava vivo, mas desmaiara. Todos nós olhávamos aterrados para o corpo no chão, as notícias eram terríveis demais para que pudéssemos reagir. Yuri se levantou, imponente. Levantou a espada curta e soltou um grito, que inflamou a todos no salão.

Os soldados pegaram suas armas e bateram nos respectivos escudos, fazendo um barulho terrível e, ao mesmo tempo, maravilhoso de se ouvir. Começamos a gritar. Fomos correndo à rua, fazendo um grande estardalhaço. Todo mundo olhava espantado para nós, que corríamos para pegar o resto das armas, escudos e provisões no quartel. A notícia se alastrou rapidamente. A cidade começou a ficar tumultuada.

Saímos pelo portão norte da paliçada de terra e madeira. Vinte companheiros nossos ficaram na cidade, pois não estavam com a gente na taverna ou porque fugiram da “convocação” de guerra. Marchávamos desordenadamente, trombando um com os outros. Yuri puxava a canção de Banor, o herói dos humanos. A música retratava a grande batalha do início do mundo, na qual Banor massacrava sozinho mais de trezentos inimigos.

O tempo escureceu, nuvens se formaram no céu anteriormente límpido. Pessoas passavam correndo, em direção à vila. Algumas levavam pertences nas mãos, outras fugiam em carroças. Várias vinham em grupos de dez ou mais pessoas. Quando nos viam indo para o norte, gritavam esperançosos. Mas não havia nenhum sinal do inimigo.

No meio da tarde encontramos um grande grupo, composto mulheres, crianças e velhos, escoltados por quinze homens robustos e armados. Eles eram liderados por um homem chamado Willie. Ele mandou cinco dos homens continuarem com os “incapacitados” para lutar e, com seus outros homens, marchou conosco.

Willie era um latifundiário, dono de extensas terras entre Rookgaard e Rubliem. Soube do ataque no fim da manhã. Os orcs tinham invadido a cidade fronteiriça de noite, na calada da madrugada. Mataram quase todos, poucos conseguiram fugir, pois os orcs tinham planejado bem o ataque. Queimaram primeiro o castelo de madeira, matando assim metade da guarnição. A outra metade estava dormindo nas tavernas. Não houve oportunidade de defesa. Foram massacrados os velhos e os jovens, escravizados.

Os homens de Willie estavam bem armados. Quatro, incluindo o líder, portavam cotas de malha e todos tinham capacetes. Willie era atarracado, com uma barba cerrada e negra. Tinha um olho vazado, decorrente de uma luta com um lobo, como explicou depois, apontando para a manta de pele que usava, indicando quem vencera o combate. O outro olho era amarelado, sagaz. Era o único presente montado. Cavalos e pôneis eram raros na ilha. Possuir um, mesmo que fosse um pangaré como o que Willie montava, demonstrava um poder aquisitivo imenso.

Conforme a noite caía, menos refugiados víamos. Paramos para dormir na entrada do Vale da Névoa, vinte quilômetros ao norte de Rookgaard. Dormi inquieto. O fogo da emoção de ir para a luta tinha passado. Agora, o único pensamento que estava na minha cabeça é o de que eu poderia morrer no dia seguinte. No meu turno de vigia, começou a chover. Fiquei o resto da noite orando a Crunor, para que ele me desse forças para sobreviver.

Amanheceu um dia cinzento, atípico de verão, o que muitos consideraram um mau presságio. Todos comemos uma refeição frugal, sem vontade. Parecia que a comida era terra, não conseguia engolir nada. Mais de um vomitou. Afiei meu machado, pensando que seria bom eu ter uma proteção melhor do que aquele gibão de couro ridículo. Ele estava pesado e fedendo, por causa da chuva e da lama. Todos estávamos nervosos.

Yuri decidiu esperar que os inimigos viessem até nós, por isso, sob a orientação do comandante, começamos a cavar, há poucos passos de onde nossa parede de escudos ficaria. Os buracos, de poucos centímetros de profundidade, atrapalhariam os inimigos, que poderiam torcer o pé. Nosso lado direito era protegido pela borda rochosa da montanha, nosso lado esquerdo era a parte mais vulnerável da parede de escudos, já que poderia ser flanqueado.

Na parede, cada homem põe seu escudo de forma que proteja seu companheiro da esquerda, assim, cada homem dependia do companheiro à direita para viver. Os soldados de trás empurravam os da frente e desferiam golpes por cima dos ombros, além de protegerem com os escudos os soldados da frente. A camaradagem se elevava ao máximo, antes da batalha. Homens faziam pactos de irmandade, afiavam as armas febrilmente ou rezavam.

No fim da manhã, vimos os primeiros inimigos. Eles vinham desordenados, em um pequeno grupo. Eram todos trolls, criaturas grandes, fortes, peludas, imundas e burras. Pararam meio quilômetro da nossa parede, que começou a gritar e bater com as armas nos escudos. Os trolls olharam a nossa força e se afastaram. Paramos de gritar na hora. Eu estava nervoso, com a garganta seca e com as pernas bambas. Tive ânsias de vômito, que logo contive.

Yuri falou para nos organizarmos. Não vou mentir, fiquei mais a direita que pude, pois não queria ficar no lado que seria flanqueado. Mas como ninguém queria ficar na esquerda, me vi sendo empurrado cada vez mais para o lado esquerdo. No final, acabei sendo o último homem da esquerda. O pior lugar da batalha. Na hora que eu vi que eu teria de ficar ali, confesso que quase chorei. Yuri e Willie se posicionaram ao meu lado direito. Assim, pelo menos Yuri me protegeria. Grande consolo. Um homem enorme, de mais de dois metros de altura, se posicionou atrás de mim. Ele disse, num resmungo, que seu nome era Baldor e tomaria meu lugar se eu morresse. Comecei a tremer incontrolavelmente.

Yuri afiava a espada curta, enquanto a maioria dos guerreiros embebedava-se. Eu pedi um odre de cerveja, mas Yuri me negou. Disse que o homem que luta bêbado numa parede de escudos tem mais chance de morrer. Eu pouco me importava, se eu fosse morrer, que morresse bêbado. Mas meu comandante negou o odre, passando para os soldados da direita. Fiquei fulo da vida, comecei a praguejar, enquanto afiava o meu machado e verificava a correia do escudo.

Baldor portava uma espada pesada, cheia de mossas. Tinha um gibão bem feito de couro e um escudo com uma bossa de metal no centro, para atordoar os inimigos imprudentes que chegassem muito perto. Tinha cabelos cor de palha suja, e os olhos cinzas. A face tinha muitas cicatrizes. A maior ia da têmpora até o maxilar esquerdo. Ele estava calmo, sentado na lama, esperava. Parecia um urso enorme, pronto para esmagar qualquer oponente. Um bom homem para cuidar das suas costas.

No início da manhã, Yuri parou de amolar a afiada espada e gritou para que formássemos a parede de escudos. Todos nós olhamos para o descampado, petrificados. Mais de cem inimigos estavam vindo, ululando, para nós. Eles tinham cornetas enormes que faziam um som aterrador. As nuvens se adensaram. Segurei o café da manhã no estômago e ajeitei o escudo no braço. Eles tinham chegado.









E aew galeres...
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