Wilton Pessoa Normal
Ficha da Personagem Personagem: Oliver Tristan Greenarrow Vocação: Esquizofrênico
| Assunto: O uso de diários no roleplay Qua Dez 17, 2008 9:56 am | |
| Em meados de 1994, o escritor Mike Pondsmith recebeu um estranho pacote, enviado por Thomas Edward Olam, um amigo que desaparecera anos antes, em uma viagem à Europa. Segundo os manuscritos, Thomas fora misteriosamente transportado para uma Era Vitoriana alternativa, conhecida como Nova Europa, marcada pela magia e pelas inovações tecnológicas baseadas na exploração do vapor. Além de descrever aquele fantástico lugar, Thomas narra que com a ajuda do príncipe do País de Gales desenvolvera um sistema de jogo de interpretação para o entretenimento da corte. O sistema veio a ser conhecido pelo grande público como Castelo Falkenstein (Castle Falkenstein), um jogo de rpg conhecido por atrair um seleto público de "hard" roleplayers. Dentre as inovações do jogo, destacam-se o abandono dos dados - cujo uso, na Era Vitoriana, limitava-se aos patifes -, e de uma mecânica de jogo quantitativa. Ao invés de estruturarmos heróis e vilões em termos de números e chances de acerto, os mesmos eram descritos qualitativamente, em termos de narrativa. O que nos leva ao tema do presente ensaio; em Castelo Falkenstein, o diário de um personagem é um dos aspectos mais importantes do jogo: - Citação :
- Primeiro, é onde você começará a História de sua Persona: como ele ou ela é, o que está fazendo, ou o que fará em seguida. Segundo, [porque] pode ser usado tanto por Jogadores quanto por Anfitriões para registrar quaisquer aspectos "off-game" entre os Eventos. Por fim, o Diário é usado para registrar as Metas de um Personagem, bem como seu andamento; um tipo de "Registro da Experiência". - 1994, p. 154, tradução nossa.
Como pode-se perceber, o uso de diários é perfeita para o roleplaying em nosso MMORPG favorito, visto que nossas estatísticas são registradas em termos de valores de experiências e habilidades, sem preocupar-se com o que o personagem realmente pode fazer ou o que aprendeu ao longo do tempo. - Citação :
You see your student book. It weighs 9.00 oz. Write down important notes in here.As Memórias de Ollie Greenarrow
No ano 20 da Era Langobarda, valho-me da pena a fim de registrar minhas aventuras em serviço da Sociedade Tibiana de Exploradores, tanto para sua glória e honra quanto para a Langobardis. Meu nome é Olliver Tristan Greenarrow, um aspirante a explorador; atuo, no presente momento, nas imediações de Thais, a capital de nosso grandioso Reinado.
Em aparência, nada tenho de diferente de outros jovens da minha idade. Tenho os olhos e cabelos castanhos de meu pai, na altura dos ombros, deixados assim mais pelo desleixo do que por vaidade. Tais detalhes não me interessam, como poderão igualmente perceber em minhas vestes bastante práticas, mas nada elegantes em comparação aos nobres que transitam pela capital. Aliado ao fato que não sou de muita conversa, não faço o tipo daqueles por quem suspiram as donzelas. Prefiro o silêncio e a tranquilidade dos lugares ermos para a introspecção, bem como a prática musical.
Tais atividades sempre foram presentes durante minha vida em Northporth, onde meus avós e meus tutores me educaram e despertaram em mim o desejo de conhecer novos lugares, de fazer descobertas e de algum modo contribuir para a melhoria de nossa civilização. Foi para isto que treinei com o arco, e com afinco lutei pela chance de seguir o grande Rondonius Isley em sua última expedição, que infelizmente teve de ser prematuramente abortada.
Reconheço em mim a virtude da análise; ter uma vida mergulhada no silêncio e na observação garante-me a imparcialidade requerida das opiniões acertadas. O preço pago por isto, contudo, é alto: na maioria das vezes tais opiniões permanecem em minha mente, devido aos sérios problemas que tenho para relacionar-me com as pessoas. Uma existência marcada pela ausência de fortes vínculos também rendeu-me tempo suficiente para o auto-aprimoramento: sou incansável e indiferente a condições adversas, um ótimo atirador e extremamente aplicado às artes místicas. Embora eu discorde, as pessoas consideram meu pacifismo uma terrível fraqueza: "de que adiantam tantos talentos se não puderem ser devidamente aplicados?", perguntam-me. Durante minha formação, aprendi que, por mais diferente que seja, toda vida é sagrada, e assim como lutamos para sobreviver e aprimorar nossas vidas, o mesmo fazem as demais criaturas, em especial os seres conscientes. Recuso-me a perturbar sua luta diária e limito-me a defender-me quando são eles que ameaçam minha sobrevivência.
Meus objetivos não são simples: ingressar na Sociedade Tibiana de Exploradores, bem como integrar as fileiras Langobardas; melhorar meu relacionamento com as pessoas e descobrir o paradeiro de meu mentor, Rondonius Isley. Foi para isto que deixei o conforto de Northporth e segui para a agitada Thais, e pretendo dar tudo de mim para que os deuses me recompensem com o sucesso. Um texto um pouco longo, mas que revela muito sobre o personagem: seu nome, aparência, personalidade, pontos fortes e fracos, objetivos, etc, que vão se alterando conforme os acontecimentos ocorridos no jogo. Ollie vai conhecer novas pessoas, aprimorar seu trato social, ou talvez não ser admitido entre os Langobardos. Este é só o início do romance de sua vida. Seria interessante que um diário respondesse as seguintes perguntas: - Citação :
- O nome é...
De onde você veio? Fisionomia e físico? Como você se parece? Como foi sua infância e sua juventude? Quais são suas virtudes? E seus vícios? Qual o seu estilo? Você é atirado ou recatado? Descreva sua personalidade em sua palavras. Do que você gosta? Ou desgosta? O que realmente importa para você? Ou está comigo, ou... Quem (ou O que) é o seu Nêmesis? Quais são suas alianças? Ah, Amor! Descreva sua vida romântica. E Ambição! Quais são seus objetivos na vida? Descreva um Objetivo Social, um Objetivo Profissional e um Objetivo Romântico. No que você é bom? Ou ruim? Ou excepcional? Descreva uma habilidade a qual sua Persona é muito boa; [...] quatro habilidades as quais sua Persona é boa; [e] uma habilidade a qual sua Persona é carente. - id., ibid., p 155-158, tradução nossa. Note que in game, algumas de tais habilidades são determinadas pelo estilo de jogo de cada um: um Knight que treina com frequência suas skills pode ser considerado excepcional em combate; da mesma forma, mages costumam ser deficientes em tais habilidades, ao passo que são bons ou excepcionais em seu magic level. Esta pode ser a chance tanto de determinar algumas das características psicológicas do personagem quanto de determinar o estilo do jogador. - Citação :
- E por último... De qual evento ou atitude em sua vida você se arrepende? De qual evento ou atitude em sua vida você tem orgulho?
Já temos um ótimo recurso para o roleplay, mas uma objeção pode ser feita, e com toda a razão; aliás, ela já foi feita por Xiahou Dun em Como criar Backgrounds (2008): - Citação :
- Para se criar um bom Background, é preciso utilizar de algumas artimanhas, para assim não acabar dando spoil de algumas coisas que as outras personagens só deverão descobrir In-Game, controle e distribua bem as respostas que você conseguiu da pergunta citada acima. Omitir é a chave para transformar o seu Background de algo sem sal para algo chamativo. - grifo nosso.
Costumamos omitir parte de nosso passado até para nossos parentes e amigos mais íntimos; o que se dirá de pessoas conhecidas ao longo da vida? Ademais, um diário é algo extremamente pessoal, que deve ser guardado com todo o cuidado por seu proprietário. Pessoalmente, sou contra a publicação de backgrounds no fórum, embora seja uma interessante fonte de aventuras, além de ser divertido tanto para escrevê-los quanto para lê-los. Os diários, além de suas utilidades práticas, como determinar os limites de um personagem, poderia render bons momentos de roleplay - a busca de um diário desaparecido poderia constituir uma quest, por exemplo. Além disso, uma vez que o personagem "saísse de cena" poderia ter seu diário publicado na íntegra, como parte da história de sua comunidade e referência para usos posteriores. Com efeito, muito mais poderia ser explorado por este ensaio; contudo, seu desenvolvimento seria potencializado a partir das repercussões geradas pelo mesmo. Tal qual o diário de Ollie Greenarrow, esta é uma discussão que acaba de ser iniciada, e - assim esperamos - que não esgote suas possibilidades tão cedo. Referências Bibliográficas:PONDSMITH, Michael Alyn. Castle Falkenstein. Berkeley: R. Talsorian Games, Inc., 1994. | |
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Astinos Lamael Esse cara deve floodar, só pode!
Ficha da Personagem Personagem: Astinos Lamael Vocação: Alcóolatra
| Assunto: Re: O uso de diários no roleplay Qua Dez 17, 2008 11:58 am | |
| defendo essa idéia, mas isso varia de personagem para personagem e de jogador para jogador, alguns personagens podem não saber ler e escrever e alguns jogadores podem não gostar de escrever ou simplismente planejam que a história do personagem seja descoberta de outro modo -como eu xP-
eu mesmo, pretendo fazer um livro sobre toda a vida do meu personagem, mas gostei muito da idéia ^^ | |
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Zé dos Corvo 6000?! Esse só pode ser o Xela!
Ficha da Personagem Personagem: Vocação:
| Assunto: Re: O uso de diários no roleplay Sáb Dez 20, 2008 11:46 am | |
| Agora eu li tudinho...
muito bom... mas eu acho q bons backs são positivos se postados por aqui... porém há backs q sei lá, acabam tirando a graça...
os diarios em si, são uma ideia muito interessante.. fez bem eu escrever a respeito, muitos agora poderão usufruir dessa ideia... eu serei um daqueles q ue muito dificilmente fara um personagem com diario, mas nunca se sabe =P
Abraços... | |
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| Assunto: Re: O uso de diários no roleplay | |
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