(Sem título)

Citação :

Não tenho nada que me permita dizer: isso é meu mesmo.
Distantes e mortos estão meus amados e nada mais ouço deles, nenhuma voz.
Minha tarefa na terra acabou. Cheio de vontade, fui para o trabalho, nele sangrei e não aumentei a riqueza do mundo em um centavo sequer.

Citação :

Oh, o homem quando sonha é um deus, mas quando reflete é um mendigo; e quando o entusiasmo acaba, ele fica ali parado, como um filho desgarrado, expulso da casa paterna, observando o miserável centavo que a compaixão jogou em seu caminho.

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É com as belas palavras de Hipérion que um novo projeto se inicia.

Isso me lembrou vagamente o Bruno...

E que projeto é esse Ollie? Pela seção já to vendo que não vou participar...


Canhotaço.

Eu não tenho certeza...

mais acho que ele vai colocar a historia da Langobardis.

Se for eu acho um otimo projeto, se não for eu observo!

De qualquer forma boa sorte em qual projeto for...

Até!

Se for eu acompanho, se não for eu também acompanho.

Eu acho que seria interessante trabalharem em in com a história da Langobardis. Estava eu pensando em fazer um personagem historiador. Contudo, não tenho paciência pra outro char. Só se o Lyan se interessar futuramente.

;*

Tharivol é um rapaz que gosta de livros, de historias e de escrever...

Quem sabe ele trate disso in-game...

De qualquer forma e melhor esperarmos, eu falei mais não tenho certeza se ele vai mesmo escrever a historia Langobarda...

Esta não é a história da Langobardis, que está sendo escrita in game. O trabalho é lento, pois tenho de ouvir todos os depoimentos dos membros mais antigos, deturpá-los adaptá-los e resumir cada período em, no máximo, dois livros.

Acredito que a mesma será publicada aqui no fórum, em local oportuno.

Em tempo:

Citação :

A criança é um ser divino enquanto não submerge na cor de camaleão dos homens.
Ela é inteiramente o que é, e por isso, tão bela.
A força da lei e do destino não a toca. Na criança, a liberdade existe sozinha.
Nela, há paz; ela ainda não se desagregou interiormente. Nela, há riqueza; ela conhece seu coração, mas não a escassez da vida. É imortal, pois nada sabe da morte. Mas isso os homens não conseguem suportar. O divino deve se tornar como um deles, deve aprender que eles também estão aí e antes que a natureza o expulse de seu paraíso, os homens o adulam e o arrastam para o campo da maldição, fazendo-o ganhar a vida como eles, com o suor do próprio rosto.
Mas também é belo o tempo do despertar, desde que não nos despertem na hora errada.

bem misterioso... as palavras são envolventes... creio q por enquanto é o unico comentario possivel...

qto a H.L. eu acho q esta tentando transformar vagabundos sem vida em herois... pense nisso ;P espero mais 'teasers' ^^

Citação :

eu acho q esta tentando transformar vagabundos sem vida em herois...

Não existe História sem um pouco de romantismo, não é mesmo? Porque dizer que por razões diversas o Imperador foi forçado a declarar nossa independência se podemos dizer que "ouviram do Ipiranga às margens plácidas, de um povo o heróico brado retumbante"?


Em tempo:

Citação :

Há anos em Tenos, senti tédio. Quis partir para o mundo.
- Vá primeiro a Esmirna - disse meu pai -, aprenda lá as artes do mar e da guerra, aprenda a língua dos povos civilizados, suas leis e opiniões, seus usos e costumes, experimente de tudo e escolha o melhor! Depois, por mim, pode prosseguir.
- Aprenda também um pouco de paciência! - acrescentou minhã mãe, o que aceitei com gratidão.
É encantador dar o primeiro passo para além do limite da juventude.

Minha mãe se sacrificou para que pudéssemos ver o sol brilhar sobre a neve que começava a cair sobre nossa terra. E, inexplicavelmente, eu sabia que eu e minha irmã éramos um fardo pesado demais para nosso pai. Restava-me ajudá-lo e cuidar de Gretel, que embora tão madura quanto permitia sua feminilidade, conseguia manter sua inocência longe dos campos da maldição.
Eu acordara mais cedo do que o habitual, e já derretia no fogão a neve recolhida durante a noite. O velho lenhador levantou-se com cuidado para não acordar Gretel, que dormia sobre seu peito largo; e abriu a janela por alguns instantes, apesar do frio. Ele olhou para minha expressão confusa e sorriu tristemente. “Quando eu voltar a dormir, você e sua irmã vão vestir suas melhores roupas. Meu machado, pegue-o”. Ele esperou que eu arrastasse a pesada ferramenta até perto de si, onde Gretel aguardava, ainda sonolenta. “Tomem o chá, vão para a cidade e vendam meu machado”.
Não se deteve diante de minha expressão confusa. Foi firme. “Aprendam as línguas dos povos civilizados, suas leis e opiniões, seus usos e costumes, experimentem de tudo e escolham o melhor. Cuidem um do outro, honrem o sacrifício de seus pais”.

“E não retornem a esta terra maldita”. Foram estas as palavras que ecoaram na minha mente enquanto atravessávamos a floresta coberta por gelo arrastando um machado.

Referência: Hänsel und Gretel, conto de fadas alemão, famoso pela versão escrita pelos irmãos Grimm. Conhecido entre nós como João e Maria.

Comentário: Inicialmente, referências a um romance de formação alemão; agora a um conto de fada de mesma origem. Aguardem.

Legal.

//Coca~

A caridosa Sra. Lovett, tão ansiosa por providenciar um banho quente e uma refeição revigorante quanto para lançar-nos aos lobos famintos! Sua estalagem na zona portuária reunia o que a divina providência se preocupara em espalhar pelo mundo, e embora o olhar de Gretel fosse capaz de devolver-me a infância, despertava algo completamente diferente naqueles homens.

Por um ano me sacrifiquei para deter a erva daninha que crescia entre a dor e a vergonha de satisfazer seus desejos lascivos. Aquilo que sentia ao tocá-la só encontrou rival quando o machado, perdido no oblívio, realizou sua última dança, repousando eternamente rente ao pescoço de nossa anfitriã.

Mergulhei no silêncio desde aquele dia. Mas poupei a inocência de minha amada irmã, que bastava olhar nos meus olhos para conhecer meus pensamentos. Só assim ela saberia o que fazer diante dos barris de óleo e das fagulhas que saltavam das achas verdes na lareira.

Referência: Mrs. Lovett, do musical Sweeney Todd: The Demon Barber of Fleet Street; e a taverna clandestina nos limites de Königsberg, do thriller Critique of Criminal Reason.

Comentário: Nenhum.

Além dos auspícios da humanidade e da decência, atravessamos as sombras criadas pelas luzes dos faróis, as silenciosas vielas que devoram os incautos, e as lúgubres entranhas das embarcações. Frutos extemporâneos nos campos do cinismo, nos habituamos; aprendemos a sangrar na medida certa e alimentar os homens.

Sim, aprendemos as línguas dos homens, e até o mais sujo de seus hábitos. Experimentei de tudo, e poupei Gretel do pior. Descobrimos quando a carne deveria dar lugar ao aço e da melhor maneira honramos a memória dos Grimm.

Quando os abutres se aninhavam em meio às carcaças de seu festim, e o frio da noite realçava a palha e o tecido das alcovas, a alma recolhia o corpo abandonado ao relento e tratava de limpá-lo para o dia que surgia do fundo do oceano. Era a hora em que me alimentava do sangue ressecado nos dedos de minha amada, e meus pensamentos mantinham nossos corpos aquecidos. Assim sobrevivemos para ver o sétimo inverno, quando tais pensamentos novamente fizeram-se ouvir.

Comentário: Não sou nenhum Nabokov, mas destruir a filosofia de Rousseau é assaz prazeroso.

Sem propósito, é apenas sobrevida, o irremediável tédio a cada nascer do sol, os sentidos entorpecidos, e nada ter a oferecer em sacrifício. Benfazejo aos bandoleiros, mas terrível quando o vinho acaba e as meretrizes repousam satisfeitas. Por isto ergue-se a espada e espera-se que o amor pela vida ou o aço inimigo desfira o golpe redentor.

Com a mesma esperança compramos a estadia junto aos corsários, mas pouco fizemos à hora da abordagem, atados como recém nascidos às costas dos mais corpulentos. O pequeno machado girou a esmo e só encontrou alvo em terra firme; Gretel foi mais feliz em erguer a balestra do que utilizá-la realmente. Mas novamente nos sentimos além da vontade divina, o prazer e a liberdade absoluta que só o assassínio a sangue frio, motivado por nada além da volição humana, pode proporcionar.

Comentário: Mais referências à Critique of Criminal Reason, de Michael Gregorio.

Colhidos prematuros, os frutos dos homens não rendem proveitos; resta provocar sua maturação e esperar a cor e o sabor nas entranhas ácidas. Alimentadas pelos fluidos corporais, as raízes da mandrágora engendraram seres malditos, encerrando dor e prazer em pequenas caixas ornamentadas; abertas em meio aos festins de sangue, libertavam o amor incestuoso em troca do sangue dos descomedidos.

Adormecemos sob os auspícios de jovens capturadas; a sensação de vazio perturbou meu sono e me ergui desesperado. Não conseguia sentir seu perfume.

Pouparam-me de castigo maior, ante a dor causada? Antes engasgar com o sangue e o metal em minha garganta do que a dor de não senti-la! Aceitei de bom grado a enfermidade e fui abandonado à praia. Santiago ajudou-me sem nada pedir em troca, e meu coração enrijecido negou-me mais uma noite. Empunhei mais uma vez o aço paterno e iniciei minha caçada aos meus algozes.

Onde estará Gretel?

Comentário: Nenhum.