Contos de um pirata

Depois do zunido que aquele sabre tinha feito em meu ouvido eu só pude tentar me esquivar do jeito mais viável. Carlos corria lateralmente em um sentido circular, segurando sua besta e atacando sem nenhuma pena de sua munição, enquanto eu estava deitado no chão, vendo os tiros passarem por cima de mim.

Um dos piratas, o que jogou o sabre em mim, estava se esquivando dos tiros de Carlos facilmente, não conseguia o descrever direito a única coisa que pude perceber no momento era que ele não era amigo. O outro estava correndo em minha direção com dois sabres manchados de sangue, esse era um pouco mais alto que o outro e muito mais atlético, vestia uma camisa branca, uma calça azul escura curta, na altura do joelho, tinha um chapéu no formato de triangulo e parecia furioso, como seus olhos vermelhos me diziam.

Percebendo o meu provável fim, rolei para o lado oposto aos tiros e tirei o meu escudo. Ele estava bem próximo de mim, levantou os dois sabres além da cabeça e atacou horizontalmente, usei meu escudo para me defender e tentei pegar a primeira coisa que aparecesse em minha bolsa, para meu azar peguei três pedras e como se não fosse bastante o pirata levantava suas espadas e quebrava duas partes de meu escudo que era de madeira.

Os tiros de Carlos agora estavam cessados, ele estava carregando, ou era o que eu esperava, até o seu grito de desespero:

-Acabou a munição Auron.

Nessa hora eu sabia que não tinha mais nada a fazer, comecei a observar o ambiente rapidamente, era uma caverna e ouvia pingos, então pensei:

-Se existem pingos do teto é porque..

Peguei uma lança e joguei para trás, Carlos habilidosamente a pegou com uma das mãos e antes que pudesse perguntar eu apontei para o escuro, de onde os pingos se originavam. Ele sem vacilar jogou a lança e se ouviu um baralho como um “ clak, clak” e foi ai que o grito de dor de um dos piratas veio a tona. Meu plano tinha dado certo.