Memórias Crônicas da Espada e Escudo
~primeira parte~
Estava o forasteiro sentado na taverna do Frodo, deliciando-se de vinho e pão:-"Preste muita atenção e escreva da forma que vou falando, certo? Então vamos começar."
E o forasteiro foi falando e a pena registrando em papel suas memórias:-"Era uma noite muito bonita e gostosa. O clima estava agradável, pequenas criaturas reluzentes brincavam na floresta. Vários olhos curiosos espreitavam em meio aos arbustos, curiosos ao ouvir os gemidos daquela mulher, minha mãe. Meu pai, um grande guerreiro, esperava do lado de fora da cabana, com aquele grande machado em punho, pronto para abater qualquer criatura que quizesse atrapalhar a dádiva divina que estava a ocorrer.
Meus pais estava a muito tempo em campo de batalha. Já não voltavam a sua terra natal há anos, caçando o culto, lutando contra o mal. Mas mesmo em meio a tanto mal, horror e sangue, o prazer do amor os consumiu e oito meses depois, ali estavam.
Tudo estaria perfeito se não fosse a intervençâo do culto. Eles queriam aquela criança, algum sacerdote lunático havia profetizado que aquela criança, fecundada em meio a tanto horror e brutalidade, seria o novo general demoniaco de uma guerra futura entre humanos e demônios. Depois de uma emboscada, minha mãe foi sequestrada, causando a fúria de meu pai que findou uma busca implacável e um derramamento de sangue sem precendentes.
Contudo, toda aquela intervenção fez com que a gestação se adiantasse e no meio da floresta de Edron, a caravana de hérois teve que montar acampamento para que aquela criança pudesse vim a este mundo. O clima estava tenso, uma criança prematura poderia não resistir, também havia o risco da criança nascer defeituosa. Em algumas aldeias, a criança seria assassinada, mas visto que seus genitores eram hérois de extremo poder e vigor, acreditavam que a criança seria forte e resistiria a tudo que passou durante a gestação.
Então, após o grunido terrorificante de um dragão, ecoou pela floresta o choro da criança.
Deve-se estar perguntando se a criança nasceu saudável, pois lhe afirmo, nasceu aparentemente normal, dois olhos, quatro membros, cabelo, nariz, tudo normal. E posso afirmar com quase certeza que a consciência também se manteve normal, afinal, essa criança sou eu."
Ao verificar que o vinho havia secado em sua caneca, ele percebeu que já havia passado muito tempo ali, então encerrou dizendo:-"Não posso afirmar a veracidade dessa história, afinal, eu era um bebê. Tudo que lhe mandei escrever, são relatos de meu querido padrinho, o Bardo Josh. Que os Deus o tenham."