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 Memórias Crônicas da Espada e Escudo [parte 2]

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liqnkr
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Ficha da Personagem
Personagem: Rick Bonecrusher
Vocação: Ferreiro

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MensagemAssunto: Memórias Crônicas da Espada e Escudo [parte 2]   Memórias Crônicas da Espada e Escudo [parte 2] EmptyDom Jul 01, 2012 12:23 pm

Memórias Crônicas da Espada e Escudo
~segunda parte~
O farasteiro parte de Thais em direção ao norte, como a viagem estava calma, ele pede para seu amigo continuar escrevendo sua memórias:

-"Depois do meu nascimento meus pais tentaram se aposentar, assim eles poderiam me dar toda a atenção que uma criança precisava. Fixamos residência na pacata ilha de Cormaya, meu pai se tornou um agricultor, minha mãe ficava cuidando da casa. Aprendi a ler, escrever, cuidar da terra, caçar e lutar. Nossa vida era muito pacífica, nossos maiores problemas eram pequenos animais selvagens e alguns rotworms.

Ao contrário do que se esperava, não herdei as habilidades de combate de meus pais. Minha mãe era uma excêntrica arqueira e meu pai um fabuloso guerreiro de machado. Dizem que herdei a destreza de meu avó, um exímio espachim, e no caminho da espada eu segui.

Mas a paz para minha família durou apenas dez anos. Certo dia veio a porta um senhor de alta classe com uma carta na mão, ele dizia que o reino precisava de hérois pois um grande mal havia retornado. Meus pais ficaram receosos, mas se o mal não fosse detido a tempo, do que adiantaria viver num mundo entregue as trevas. Então eles partiram, mas antes deveriam me deixar aos cuidados de alguém confiável, então fui levado a Sociedade Secreta dos Espadachins da Relva Dourada, uma sociedade criada pelo meu avó, afim de treinar todos aqueles que quizessem lutar contra o mal.

No meu aniversário de onze anos já estava longe de meus pais, treinando na sociedade, aos cuidados de meu avó, que mesmo com a idade avançada, ainda era considerado o melhor dentre os espadachins da sociedade. Lá eu aprendi a usar a espada como uma extensão do meu braço e modestia a parte, eu era muito bom... Muito bom em ser um verdadeiro derrotado, o que trazia um grande sentimento de mágoa para meu avó.

O meu problema naquela época era que estava faltando alguma coisa, em um braço eu tinha meu ataque, atacava bem, meus ataques eram sempre certeiros, porém, no contra ataque é que eu pecava. Sem conseguir esquivar ou aparar o ataque do adversário, já teria perdido todos os membroa do corpo, caso as espadas não fossem de madeira.

Quando eu completei meu décimo quinto aniversário, meu avó já estava muito doente e debilitado, mas mesmo assim, ele me proporcionou um último ensinamento, a chamada dança da natureza, onde consiste em lutar com a harmonia dos elementos, não de uma forma mágica, como os druidas, mas de uma forma filosófica.

Nossa mente tinha que ser clara como as águas, nossas pernas firmes como a terra, nossos movimentos deveriam ser graciosos como o vento e nosso ataque destruidor como o fogo. Ele me ensinou que poucos espadachins da sociedade levavam em conta essa filosofia e por isso ele sempre foi o melhor.

Então, numa noite de tempesdade um ser de luz adentrou seus aposentos e o levou para sempre. Naquele momento eu senti que meu avó foi um grande homem, pois conseguiu completar sua jornada nesta terra e foi abençoado a viver num paraíso celeste. Pelo menos é o que penso.

Com a ausência do meu querido avó, a sociedade caiu nas garras do traiçoeiro Romkro, o melhor depois de meu avó.

Romkro era cruel e sua mente cheia de maldade. Ele não tinha compaixão pela vida e acreditava que somente o mais forte possuia o direito de andar sobre este mundo. Depois que Romkro assumiu a sociedade, muitos jovens espadachins morreram e os que restaram perderam o brilho no olhar. Os treinamentos passaram a ser executados com espadas de aço, o que me proporcionou inumeras cicatrizes, graças ao meu desleixo na defesa.

Vale ressaltar que neste momento do treinamento já haviámos aprendido magias de cura, porém a crueldade de Romkro era tamanha que um feitiço lançado em todo o território da sociedade, não deixava com que as feridas se curassem por completo, causando as cicatrizes em nossa pele. Também haviam aqueles jovens que fugiam da sociedade e a gloriosa academia fundada pelo meu avó foi caindo no esquecimento do povo, graças aos métodos cruéis de Romkro. No meu décimo sétimo aniversário, restaram apenas algumas dezenas de espadachins, outrora centenas.

Foi nessa época que conheci a jovem de cabelos dourados. Ela era filha de um ferreiro da região, orfã de mãe, não possuia o dom da fala, mas seus olhos eram muito espressivos. Certo dia ela estava viajando com seu pai, rumo a Edron, para vender algumas armas, como eram pobres, não tinham ouro para pagar uma viagem de barco, então precisavam fazer o caminho pelas cavernas de rotworms que interligavam as duas ilhas. Por azar, nesse dia eles se deparam com uma grande quantidade de vermes, foram cercados e estavam prestes a serem devorados pelas bocarras cheias de ácido. Por sorte, eu estava treinando na caverna e ouvi os gritos do ferreiro.

Derrotei as criaturas facilmente, o ferreiro assustado me agradeceu, mas lamentava por não ter ouro para pagar pela minha ajuda. Disse para ele não se preocupar e os escoltei até seu destino. Saindo da caverna eu percebi que já estava anoitecendo e por regra todo espachim deveria estar de volta antes do anoitecer senão seria punido.

Me apressei em voltar, mas quando dei as costas para o ferreiro e sua filha senti um forte puxão em minha roupa, era ela, a filha do ferreiro, me presenteando com um escudo forjado por seu pai. Eu disse que não precisava, mas aqueles olhos espressivos me disseram que não teria outro jeito. Acabei levando o escudo.

Mesmo fazendo a travessia das ilhas de barco, cheguei muito tarde na sociedade, não havia desculpas que me livrassem do castigo, ainda mais tendo Romkro no comando.

Naquela mesma noite, meus pés foram pregados ao chão no interior de uma caverna, de forma que eu não fugisse, meu corpo foi despido, para me tirar qualquer proteção, sobre meus ombros foi colocado uma imensa tora de madeira que servia de alicerce para uma rocha gigantesca. Eu deveria suportar aquele peso, caso contrário a rocha cairia sobre a entrada da caverna e eu ficaria preso até morrer de fome e sede. Esse castigo nunca tinha sido aplicado, era fruto da mente pertubada de Romkro. Ele me odiava por ser neto do fundador da sociedade. Mas tudo isso me fez apenas mais forte, resisti ao castigo e criei um ódio gigantesco por Romkro..."

O espachim para de falar ao perceber que já haviam chegado na terra dos anões, então faz um gesto para que seu amigo pare de escrever e adentram a montanha.
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